Nesta quinta-feira (19), o tribunal de Avignon condenou Dominique Pelicot, o francês acusado de drogar e estuprar sua ex-esposa Gisèle Pelicot, além de recrutar dezenas de outros homens para estuprá-la enquanto ela estava inconsciente.
Pelicot admitiu perante o júri ser um estuprador e procurou o perdão de sua família. Os promotores da França pediram uma pena máxima de 20 anos de prisão para o réu.
Também foi considerado culpado um primeiro conjunto de 20 dos 50 acusados no caso. Os promotores também buscam penas que variam de quatro a 18 anos para os outros 50 acusados, quase todos suspeitos de estuprar Pelicot. Ainda falta a proclamação dos vereditos pelo tribunal no sul da França.
Vários de seus colegas de julgamento, que ele conheceu virtualmente, negaram o estupro, alegando que estavam envolvidos em um jogo sexual consensual organizado pelo casal e defendendo que não se tratava de estupro se o marido consentisse.
Pelicot negou ter iludido os homens, provenientes de todas as esferas da vida, afirmando que tinham conhecimento de que sua ex-esposa estava inconsciente e sem entender o que estavam fazendo com ela.
Durante o julgamento, Gisèle Pelicot, 72, abriu mão do anonimato e exigiu que vídeos horríveis de abusos em série, gravados pelo seu ex-marido, fossem exibidos no tribunal. Ela exclamou que esperava que isso encorajasse outras mulheres a se posicionarem.
O julgamento desencadeou protestos em toda a França em apoio a vítima e estimulou uma busca interior, incluindo um debate sobre se a lei de estupro da França deveria ser atualizada, que atualmente não menciona que o sexo deve envolver consentimento.
