Nesta quinta-feira (5/12), a freira italiana Anna Donelli, de 57 anos, foi detida sob a acusação de servir como intermediária da máfia mais influente da Itália, a Ndrangheta, e de seus membros detidos. Desde 2010, a irmã desempenha o papel de voluntária na prisão de San Vittore, em Milão, Itália. Anteriormente, ela já havia trabalhado em prisões em Pavia e Roma.
De acordo com a acusação do departamento antimáfia do Ministério Público de Brescia, no norte da Itália, a religiosa seria a encarregada de supervisionar a atividade da máfia no presídio.
Os investigadores afirmaram que ela desempenhava um “papel espiritual”, assegurando a ligação com os detentos, possibilitando assim seu “livre acesso às instalações carcerárias”.
Além de Anna, outras 25 pessoas foram detidas, incluindo um ex-vereador do Partido dos Irmãos da Itália, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, e um antigo político da Liga, que apoia a coalizão governamental.
Na madrugada desta quinta-feira, a operação apreendeu mais de 1,8 milhão de euros em diversas cidades das regiões da Lombardia, Vêneto e Calábria.
Os indivíduos investigados na operação são acusados de delitos como extorsão, tráfico de armas e drogas, apropriação indevida de bens roubados, usura, fraude fiscal e lavagem de dinheiro.
O ex-parlamentar dos Irmãos da Itália é acusado de ter colaborado com a gangue “durante a realização de delitos”, enquanto o membro do partido político Liga é acusado de comprar votos.
O grupo mafioso Ndrangheta nasceu na Calábria, e é um dos grupos de crime organizado mais ricos do mundo, explorando suas vastas receitas de cocaína para estender seu alcance pelo resto da Europa. No início de 2024, mais de 130 pessoas foram presas em ataques coordenados em países europeus.
Fonte: O Dia