O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quarta-feira (5) que convocará uma reunião de líderes europeus em Paris na próxima semana para discutir questões militares, destacando a necessidade de a França se preparar caso os Estados Unidos não estejam mais alinhados com os interesses europeus.
“Gostaria de acreditar que os Estados Unidos permanecerão ao nosso lado, mas devemos estar prontos caso isso não aconteça”, afirmou Macron.
Diplomatas informaram que a França e o Reino Unido estão próximos de finalizar um acordo de paz com a Ucrânia, que deve ser apresentado aos Estados Unidos nos próximos dias. Macron também revelou que o país planeja investir mais em defesa, sem aumentar impostos, e discutirá a possibilidade de ampliar o arsenal nuclear francês para seus parceiros europeus, embora a decisão final sobre o uso de armas nucleares fique sob sua responsabilidade.
A guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022 com a invasão russa, continua a gerar tensões globais. A Rússia, que avançou por três frentes — fronteira russa, Crimeia e Belarus —, obteve progressos iniciais, mas as forças ucranianas conseguiram manter o controle de Kiev, apesar dos ataques. A invasão gerou ampla condenação internacional e levou o Kremlin a sofrer sanções econômicas do Ocidente.
Atualmente, a guerra entra em um período considerado por analistas como o mais perigoso até o momento, após o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário pela Rússia, com ogivas convencionais, mas capaz de carregar material nuclear. O lançamento ocorreu após uma ofensiva ucraniana no território russo com armamentos fornecidos por países ocidentais.
Além disso, a inteligência ocidental acusa a Rússia de empregar tropas da Coreia do Norte no conflito, embora Moscou e Pyongyang não confirmem nem neguem as informações.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que as forças russas estão avançando de maneira mais eficiente e que a Rússia alcançará seus objetivos na Ucrânia, sem especificar quais seriam esses objetivos. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acredita que Putin visa conquistar completamente a região de Donbass, incluindo Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, controlada parcialmente pela Ucrânia desde agosto.
