O atual momento da crise sanitária é considerado, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), “a melhor posição para acabar com a pandemia”. “Na semana passada, o número de mortes semanais por covid-19 caiu para seu nível mais baixo desde março de 2020 (…). Ainda não terminou, mas o final está ao alcance das mãos”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da agência.
A maior autoridade da OMS, recorrendo à metáfora de uma competição esportiva, defendeu que a situação atual demanda uma concentração de esforços para se conquistar o objetivo. “Alguém que corre uma maratona não para quando vê a linha de chegada. Corre mais depressa, com toda a energia que restar. E nós, também”, ilustrou. “Todos podemos ver a linha de chegada, estamos prestes a vencer. Seria realmente a pior hora para deixar de correr”, insistiu.
Na avaliação de Ghebreyesus, deixar de aproveitar este momento promissor aumenta o risco de surgimento de mais variantes do Sars-CoV- 2, resultando no aumento do número de mortes e em “mais problemas e incertezas”. De acordo com o último boletim epidemiológico da OMS, o número de casos caiu 28% no período de 5 a 11 de setembro, em relação à semana anterior. As mortes diminuíram 22%.
A agência admite, porém, que esses números podem estar subestimados. Segundo o órgão, o número de infecções é, sem dúvida, muito maior devido aos casos leves não declarados e também porque muitos países desmobilizaram as estruturas para realizar testes.
O cenário também se repete quanto o número de mortes, conforme também indica o grupo de especialistas no artigo divulgado na última edição da revista The Lancet. Um estudo da OMS, realizado com base em projeções e avaliações publicadas em maio, sugere que poderia haver entre 13 e 17 milhões de mortes por covid a mais do que as registradas de forma oficial até o fim de 2021.
Fonte: Correio Braziliense