Oito meses após invadir a Ucrânia, a Rússia vê a guerra que iniciou chegar de vez a seu território. Diversas regiões do país, incluindo a capital, Moscou, foram colocadas em alerta máximo, e as quatro áreas anexadas do país vizinho, sob lei marcial.
A decisão foi anunciada nesta quarta (19/10) pelo presidente Vladimir Putin em uma reunião com seu Conselho de Segurança, que foi televisionada. É uma admissão tácita de que a situação está saindo do controle, a primeira do tipo no conflito.
Nos distritos federais central, onde fica Moscou, e sul, as autoridades poderão executar medidas de defesa civil e de apoio às Forças Armadas. Poderá haver um aumento no policiamento e controle de fluxo de pessoas, mas o prefeito moscovita, Serguei Sobianin, afirmou que nada vai mudar o ritmo da cidade.
O nível máximo ocorre na Ucrânia ocupada. A lei marcial nas duas autoproclamadas repúblicas do Donbass, Lugansk e Donetsk (leste), e nas regiões administrativas de Kherson e Zaporíjia (sul) implica total controle sobre a vida civil e a possibilidade de medidas militares mais drásticas.
“Estamos trabalhando para resolver tarefas de grande escala, muito complexas, para garantir um futuro confiável para a Rússia e para nosso povo”, disse o presidente.
Ao mesmo tempo, o Kremlin iniciou uma impopular mobilização de 222 mil reservistas para, nas palavras de Putin, estabilizar as frentes. Segundo o presidente e seus assessores, o novo território é “russo para sempre” e será defendido se preciso com armas nucleares, o que gerou um grande alarme no Ocidente.
O resultado, segundo o presidente Volodimir Zelenski, foi a destruição de 30% das centrais de distribuição de energia elétrica do país, deixando mais 1.000 cidades e vilas sem luz ou água, o sistema precisa de eletricidade para funcionar. Os ataques continuaram, com mísseis e drones kamikazes iranianos, nesta quarta.