Novo texto anunciado na COP26, nesta sexta-feira, suaviza obrigações de nações em relação às energias fósseis
Depois de uma noite de negociações, um novo rascunho do acordo de Glasgow foi publicado na manhã desta sexta-feira (12), último dia da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP26). No novo texto, a referência à necessidade de gradualmente acabar com energias fósseis foi mantida. Mas a linguagem foi suavizada, principalmente no que se refere à condenação pelo uso de subsídios trilionários para o setor.
A COP26 entra em seu último dia, sob forte tensão. No primeiro rascunho do acordo, publicado na quarta-feira, o texto entrou para a história como o primeiro a mencionar o fim da era de energia fóssil. Mas uma forte reação da Arábia Saudita, Rússia e outros países exportadores de petróleo e gás obrigou negociadores a tentar buscar um acordo.
Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, alertou que sem a referência às energias fósseis no texto, todas as demais promessas seriam vagas. Agora, a partir do novo texto, delegações tentarão chegar a um consenso, nas poucas horas que restam.
Num outro trecho, o novo texto também suaviza a pressão sobre governos. Ao se referir à necessidade de que países façam novos compromissos de redução de emissões de CO2 em 2030, o rascunho do acordo abandona termos mais enfáticos e apenas “pede” que estados apresentem em 2022 novas ambições sobre cortes até 2030.
Para ambientalistas, a exigência de uma atualização dos compromissos dos governos é fundamental se a comunidade internacional quiser de fato limitar o aquecimento a 1,5 grau Celsius. Sem isso, o temor é de que a elevação atinja 2,4 graus Celsius, o que seria considerado como uma “catástrofe”.
Com informações do portal UOL