Três dias após ultrapassar a barreira das 100.000 infecções diárias, a França voltou a quebrar seu recorde nesta terça-feira (28), ao registrar 179.807 novos casos de Covid. É o maior número de novos casos registrados diariamente desde o início da pandemia, em março de 2020.
Os dados são reflexo da alta transmissão da variante ômicron pelo território francês. “Tudo indica que possamos chegar a mais de 250.000 casos por dia até o início de janeiro”, previu o Ministro da Saúde Olivier Véran, durante uma coletiva de imprensa na última segunda-feira (27), quando foram anunciadas novas medidas sanitárias no país.
Desde segunda, o trabalho remoto passou a ser a regra para todas as empresas que podem adotá-lo. A máscara tornou-se obrigatória também nas ruas de muita movimentação, além de em locais fechados.
Bares e cafés, que já exigem um passaporte sanitário na entrada, não podem mais servir clientes em pé, reduzindo assim as aglomerações no interior. E o número de pessoas em eventos para grande público foi limitado: 5 mil pessoas ao ar livre ou 2 mil pessoas em ambientes fechados, afetando partidas esportivas e espetáculos.
Com o aumento de casos, especialistas têm criticado o posicionamento do governo francês, que decidiu não adotar um toque de recolher que pudesse atrapalhar o Ano-Novo e nem adiar a volta às aulas na escola, como fizeram alguns dos países vizinhos.
“Acho que deveríamos ter intervindo quando a Ômicron começou a aparecer na Europa” em meados de dezembro, reagiu Dominique Costagliola, epidemiologista e diretor de pesquisa da Inserm, no Le Monde, nesta terça. “Pelo contrário, jogamos à roleta russa na esperança do melhor”.
De acordo com a Santé publique France, o número de pacientes Covid-19 hospitalizados continua a aumentar: há atualmente 17.405 pacientes de Covid hospitalizados, sendo 3.416 deles em UTIs.
Os não vacinados são maioria nos hospitais. Segundo os dados das autoridades francesas, há 176 pacientes não vacinados em UTI por milhão de habitante. Enquanto a taxa é de 6,68 por milhão de pessoas entre os que tomaram a vacina anticovid e seu reforço.