Nos últimos dois dias, as tempestades que acometeram a França central e sudeste resultaram em centenas de desabrigados no país. De acordo com o chefe do governo francês, Michel Barnier, a tempestade foi “a mais devastadora em 40 anos” na área. Mais de mil indivíduos foram retirados de suas casas, mas alguns conseguiram retornar nesta sexta-feira (18/10).
As precipitações se concentraram principalmente na cidade de Givors, onde 47 indivíduos ficaram retidos em um supermercado inundado. Na cidade, as equipes de emergência retiraram 400 habitantes, que foram realocados para residências provisórias.
Em Paris, a queda de uma árvore resultou na morte de um homem e no ferimento de duas crianças.
“Em alguns lugares de Ardèche [sudeste do país], caíram até 700 milímetros de água em 48 horas”, disse a ministra do Meio Ambiente Agnès Pannier-Runacher.
Cerca de mil indivíduos precisaram ser retirados da área, sendo que muitos só puderam ser localizados através de helicópteros. O volume ultrapassa o total anual de precipitações na capital, por exemplo.
Uma represa transbordou na cidade de Annonay, situada perto de Lyon. O centro da cidade foi encerrado, e as instituições de ensino foram vazias.
Duas pontes caíram no departamento de Loire, também no sudeste da França. No sul, um raio derrubou o telhado de uma escola no município de Bézier, e 60 crianças foram salvas. Em Haute-Loire, animais foram arrastados pelas águas da inundação.
Na quinta-feira (17/10), o departamento francês de meteorologia Météo-France elevou temporariamente o nível de alerta máximo para seis departamentos localizados no centro e sudeste do país.
Nesta sexta-feira, o cenário se acalmou, porém o segundo nível de alerta mais severo, laranja, continua válido para dez áreas na metade sul do país devido à possibilidade de inundações.
A ministra Pannier-Runacher também solicitou que as pessoas evitassem subir rios e estradas interditadas.
Na quinta-feira, a operadora ferroviária nacional SNCF suspendeu os trens regionais entre Lyon e Saint-Étienne. Ainda ocorrem interrupções no fluxo de trens em outros pontos, e algumas estradas estão interditadas em certas áreas do país.
De acordo com o primeiro-ministro Michel Barnier, a tragédia não se agravou porque, pela primeira vez no país, um sistema de alerta por mensagem foi implementado, possibilitando que os residentes se precavessem contra a chuva.
Os eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais comuns e perigosos por causa das emissões de gases de efeito estufa geradas pela combustão de carvão, petróleo e gás.
Fonte: Metrópoles