Ucrânia realiza ataque com drones e destrói 41 aeronaves russas

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A Ucrânia realizou no último domingo (1º) um dos ataques mais impactantes da guerra contra a Rússia, destruindo 41 aeronaves militares em quatro bases aéreas russas. A ofensiva, chamada de operação “Teia de Aranha”, foi conduzida com drones de baixo custo e causou um prejuízo estimado em US$ 7 bilhões (cerca de R$ 28 bilhões), segundo o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).

A operação atingiu aproximadamente 34% da frota de bombardeiros estratégicos da Rússia, incluindo modelos raros e valiosos da era soviética. Autoridades ucranianas afirmam que a ação foi planejada em segredo ao longo de 18 meses.

De acordo com o SBU, 117 drones FPV (sigla para “First Person View”) foram levados clandestinamente para dentro da Rússia, escondidos em contêineres transportados por caminhões. Os veículos foram posicionados próximos às bases aéreas e, em seguida, os drones foram lançados remotamente.

As bases atingidas foram Olenya (Murmansk), Dyagilevo (Ryazan), Ivanovo Severny (Ivanovo) e Belaya (Irkutsk), esta última a mais de 4 mil quilômetros da fronteira com a Ucrânia. Os drones, originalmente usados para fins civis, foram adaptados para transportar até 15 kg de explosivos e operados por controle remoto com óculos de transmissão ao vivo. Cada unidade custa menos de US$ 500.

Entre as aeronaves destruídas estão alguns dos principais bombardeiros estratégicos da Força Aérea Russa:

  • Tupolev Tu-95 (“Bear”): Bombardeiro turboélice com autonomia de mais de 12 mil km. Pode lançar mísseis nucleares ou convencionais. Cerca de 60 unidades estavam em operação antes do ataque.

Tupolev Tu-22M3 (“Backfire”): Bombardeiro supersônico de médio alcance, capaz de lançar mísseis antinavio. Produzido entre 1972 e 1993, é usado atualmente contra infraestrutura ucraniana.

  • Tupolev Tu-160 (“Blackjack”): O maior e mais rápido bombardeiro do mundo, com capacidade para mísseis de cruzeiro e armas nucleares. Cada unidade vale mais de US$ 250 milhões. Estima-se que a Rússia tinha cerca de 20 aeronaves operacionais.

Beriev A-50: Aeronave de alerta antecipado e controle aéreo, usada para detectar ameaças e coordenar operações. A Rússia possui poucas unidades operacionais.

Esses modelos fazem parte da tríade nuclear russa, junto com mísseis balísticos e submarinos nucleares. A perda de parte dessa frota representa um enfraquecimento significativo do poder de dissuasão do Kremlin.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comemorou o sucesso da operação e a classificou como “brilhante”. Segundo ele, o centro de comando ucraniano foi montado nas proximidades de uma unidade do FSB, o serviço de inteligência russo.

Por outro lado, o Ministério da Defesa da Rússia condenou a ofensiva, chamando-a de “ataque terrorista”. O governo confirmou danos a bases aéreas e incêndios em aeronaves, mas não detalhou o número de aviões perdidos.

O ataque ocorre em meio a sinais iniciais de que Rússia e Ucrânia consideram possíveis negociações para um cessar-fogo, embora sem avanço concreto até o momento.

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