Um arcebispo aposentado que foi, por décadas, o principal líder da Igreja Católica no Peru recebeu sanções do Vaticano após acusações de abuso sexual, segundo confirmou a Santa Sé, corroborando informações divulgadas pela imprensa.
O cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, que nega todas as acusações, foi arcebispo de Lima de 1999 a 2019. De acordo com Matteo Bruni, diretor do escritório de imprensa do Vaticano, o cardeal está submetido a restrições desde 2019, que envolvem sua atuação pública, local de residência e uso de insígnias religiosas. Bruni não forneceu detalhes específicos sobre as alegações, mas afirmou que Cipriani aceitou as sanções impostas.
Cipriani, atualmente com 81 anos, é membro do Opus Dei, uma organização católica conhecida por suas posições conservadoras. Em uma carta divulgada pelo escritório da Opus Dei em Roma, o cardeal declarou: “Não cometi nenhum crime, nem abusei sexualmente de ninguém.” Ele também afirmou que o Vaticano o instruiu a viver fora do Peru, dividindo-se atualmente entre Roma e Madri.
O caso surge em um contexto de novos escândalos envolvendo a Igreja Católica no Peru. Na última semana, o papa Francisco ordenou a dissolução do Sodalitium Christianae Vitae, uma comunidade religiosa católica peruana com presença em diversos países da América do Sul e nos Estados Unidos. A decisão foi tomada após investigações prolongadas sobre abusos sexuais e psicológicos atribuídos ao fundador do grupo e outros membros.
As acusações contra Cipriani foram inicialmente reportadas pelo jornal espanhol El País no último sábado.