No início deste mês, um trem que transportava substâncias tóxicas descarrilou entre os estados de Ohio e Pensilvânia, nos Estados Unidos, liberando toxinas no ar, causando uma explosão e iniciando um incêndio.
A companhia ferroviária Norfolk Southern, responsável pela composição, advertiu que utilizar cloreto de vinila para impedir uma explosão poderia liberar gases tóxicos capazes de matar se fossem inalados.
Ainda assim, as autoridades locais utilizaram cloreto de vinila, substância também nociva, para neutralizar a carga em chamas dentro dos vagões.
Quando queimado, o cloreto libera fosgênio, gás venenoso que foi utilizado como arma química na 1ª Guerra Mundial.
Com isso, foi declarado estado de emergência na região conhecida como “Palestina Oriental”. A área foi isolada, e os 4.700 residentes precisaram deixar suas casas.
Nesta semana, os moradores foram autorizados a retornar para casa, mas eles estão inseguros com a possibilidade, já que a suspeita é de que o caso seja muito mais grave.
Veja o momento da explosão:
Na internet, um usuário do Twitter definiu o caso como “Chernobyl 2”, ao compartilhar informações que afirmam que gados e peixes estão morrendo a 160 quilômetros de distância do epicentro da tragédia.
“Um trem com 100 mil litros do cancerígeno VINIL CLORETO descarrilou na #EastPalestine (Ohio), virando uma espécie de Chernobyl 2. [Relatos de] peixes e gado mortos em um raio de 160 quilômetros do local. Há silêncio da mídia, e jornalistas que noticiam são presos, mas vamos falar sobre óvnis”, diz o tweet viral.
Além disso, um morador afirmou que ainda é possível sentir um cheiro forte no ar, que parece uma mistura de removedor de esmalte e pneus queimados.
Impacto ambiental
A agência americana de proteção do meio ambiente (EPA), está investigando para entender como está a qualidade do solo, da água e do ar.
Até agora, a EPA está atuando com a empresa responsável e examinou o ar dentro de cerca de 290 residências até 13 de fevereiro. O resultado não detectou cloreto de vinil ou cloreto de hidrogênio, que podem causar problemas respiratórios e apresentar um risco para a vida das pessoas.
A Norfolk Southern afirmou publicamente que doou US$ 25.000, o equivalente a R$ 132 mil, para ajudar a Cruz Vermelha americana a montar abrigos e auxiliar as pessoas afetadas pelo acidente.
A EPA disse que se responsabilizaria pela limpeza das áreas, mas não deu previsão sobre quando a situação pode ser considerada normal.
“Inicialmente, como a maioria dos derramamentos ambientais, é difícil determinar a quantidade exata de material que foi liberada no ar, na água e no solo”, escreveu James Lee, gerente de relações de mídia da EPA em Ohio, em email enviado à CNN.