Um estudo apresentado nesta terça-feira (17), durante a Reunião Científica Anual de 2025 da Sociedade Americana de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (ASMBS), revelou que a cirurgia bariátrica promove uma perda de peso até cinco vezes maior em comparação ao uso de medicamentos injetáveis como semaglutida (Ozempic e Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro), conhecidos como canetas emagrecedoras.
A pesquisa, conduzida pelo hospital NYU Langone Health, nos Estados Unidos, acompanhou cerca de 51 mil pacientes entre 2018 e 2024. A análise considerou fatores como idade, índice de massa corporal (IMC) e presença de outras doenças. Os dados foram coletados de registros médicos eletrônicos de pacientes atendidos tanto no NYU Langone Health quanto no NYC Health + Hospitals.
De acordo com os pesquisadores, quem optou pela cirurgia bariátrica perdeu, em média, 25 kg após dois anos — o equivalente a 24% do peso corporal. Já aqueles que fizeram uso dos medicamentos GLP-1 por pelo menos seis meses eliminaram, em média, 5,4 kg, o que representa 4,7% do peso total. Após um ano de uso contínuo dos remédios, a redução chegou a 7%.
“Embora os ensaios clínicos indiquem que os GLP-1 proporcionam uma perda de peso entre 15% e 21%, nossa pesquisa sugere que, na prática, esses resultados são bem menores. Isso se deve, em parte, ao fato de que até 70% dos pacientes abandonam o tratamento após um ano”, destacou a autora principal do estudo, Avery Brown.
A cirurgia bariátrica, também chamada de gastroplastia ou redução de estômago, é indicada para tratar casos de obesidade grave. O procedimento reduz o volume do estômago de até 1,5 litro para algo entre 25 e 200 ml, proporcionando maior saciedade com menos alimentos e, consequentemente, menor ingestão calórica.
Os principais tipos de cirurgia são: bypass gástrico, gastrectomia vertical (sleeve gástrico), banda gástrica ajustável, derivação biliopancreática com duodenal switch e gastroplastia endoscópica.
O crescimento da obesidade no mundo tem impulsionado a busca por métodos eficazes de emagrecimento. Segundo relatório publicado em 2025 na revista The Lancet, mais de 1 bilhão de pessoas no planeta convivem com a doença, considerada uma epidemia global.
Além de intervenções médicas, especialistas reforçam a importância de adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas, sono adequado e controle do estresse, como estratégias fundamentais para prevenir e combater a obesidade.