Nesta quarta-feira, 28 de agosto, o Centro Cultural Palácio Rio Negro celebra 27 anos de uma marca histórica. A programação inclui duas exposições: “Reino de Encantaria”, criado pela artista cênica Nonata Silva, e “13 casas de Manaus – Coleção Bacellar-Ventilari”, criado pela artista visual Monik Ventilari.
As exposições estão disponíveis no Centro Cultural Palácio Rio Negro, localizado na avenida Sete de Setembro, no Centro, na área sul de Manaus, até 29 de setembro. De segunda a sábado (exceto às terças-feiras), o Palácio está aberto para visitação gratuita de 9h às 15h.
Ao abordar temas relacionados à Encantaria Amazônica, a exposição “Reino de Encantaria”, criada pela artista cênica e visual Nonata Silva, mostra a riqueza do folclore e sua diversidade visual. Ao introduzir o visitante no local e no tempo da história, ela fortalece sua conexão com a memória local e da região amazônica, validando a sabedoria popular.
A intenção da exposição é despertar a percepção e a imaginação dos visitantes para refletir sobre o local e seus habitantes por meio de obras visuais impressionantes que apresentam uma interpretação dos encantados atemporais. A artista afirma que cada obra traz uma questão e provocação, levando os visitantes a conhecer e valorizar o folclore amazônico.
A artista visual Monik Ventilari apresenta a exposição “13 casas de Manaus – Coleção Bacellar-Ventilari”, que apresenta uma coleção de obras de arte em acrílico sobre tela inspiradas no poema “Balada das 13 Casas”, escrito pelo poeta amazonense Luiz Bacellar.
O poema de Bacellar foi inspirado pelas casas apresentadas na exposição. O poema discute as mudanças na arquitetura da cidade de Manaus ao longo dos anos, com várias nuances.
Por meio da estética de Monik Ventilari, a coleção visa mesclar a visão do poeta e da artista visual, retratando as casas da rua Henrique Martins, no Centro de Manaus, onde o poeta também morava, bem como as casas que inspiraram a artista visual.
O prédio que hoje abriga o Centro Cultural Palácio Rio Negro (CCPRN) foi constituído em 1903, no estilo eclético, para ser residência particular de um abastado comerciante de borracha, o alemão Karl Waldemar Scholz. É um dos prédios mais emblemáticos daquele período, que marcou a economia do Estado.
O local posteriormente funcionou como sede do Governo e, em 3 de outubro de 1980, foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Amazonas. Ao longo dos anos, foi reformado, restaurado, adaptado, e em virtude de sua beleza arquitetônica e relevância histórica, foi transformado em Centro Cultural.
O Palácio Rio Negro conta com salão para recitais, exposições, lançamento de livros e diversas atividades culturais. O espaço mantém, ainda, um gabinete de despachos para o governador e a agenda aberta para atos oficiais, quando necessário.
O local é conhecido por ter sido a residência de um dos “barões da borracha”, um grupo de comerciantes que ganharam dinheiro em Manaus com a exploração do látex entre o final do século XIX e início do século XX.
O local era conhecido como “Palacete Scholz” nessa época. A casa magnífica foi construída em um terreno de mais de 4.700 metros quadrados na avenida Sete de Setembro, onde hoje está o Centro de Manaus.
O local abriga três peças originais do Palacete Scholz, que foram construídas em 1903. Um lustre de bronze e duas estátuas ao pé da escada representam poesia e música. Estas são as únicas peças de mobiliário da era do Barão Scholz que ainda estão presentes.