A Polícia Civil do Amazonas informou que a empresária Djidja Cardoso, a ex-sinhazinha do Boi Garantido achada morta, era um dos alvos da investigação sobre a seita “Pai, Mãe, Vida”, fundada pela mãe e o irmão dela. Após receber a informação de que membros da seita religiosa cometiam crimes, a Polícia Civil iniciou uma investigação há quarenta dias. O grupo é acusado de fornecer e distribuir a ketamina, ou cetamina. A droga é usada na medicina humana e veterinária devido às suas propriedades sedativas. Além disso, é ilegal usá-la como medicamento recreativo.
A família de Djidja continua sendo acusada de forçar os funcionários de uma rede de salões de beleza que é administrada pela família da empresária a usar a ketamina. A polícia afirmou que o grupo fornecia drogas aos funcionários em vários rituais.
O delegado afirmou que Djidja era alvo de investigação por sua integração na seita. Em uma coletiva de imprensa, o investigador Cícero Túlio disse que há uma “forte suspeita” de que a morte da empresária tenha sido causada por uma overdose da substância durante um ritual.
As investigações ainda estão em andamento. A polícia está investigando se outras clínicas e veterinários forneceram à seita os produtos ilegais. Além disso, a DEHS (Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros) investiga se alguém forneceu medicamentos a Djidja antes de ela falecer.
Os indivíduos que participam da seita devem responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. Além disso, os membros do grupo podem enfrentar acusações de colocar em perigo a saúde ou a vida de outra pessoa, falsificação, corrupção, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal.
Mãe e irmão de Djidja, Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso, foram presos em Manaus na quinta-feira (30). A Polícia Civil informou que os dois e Djidja Cardoso lideravam uma seita chamada “Pai, Mãe, Vida”, que realizava rituais prometendo cura espiritual e afirmava que Ademar era uma reencarnação de Jesus e Cleusimar representava Maria, mãe de Jesus, e Djidja, a ex-sinhazinha, de Maria Madalena.
Além da família, os funcionários do salão de beleza onde Djidja Cardoso trabalhava também pertenciam à seita. Verônica da Costa Seixas, de 30 anos, Claudiele Santos da Silva, de 33 anos, e Marlisson Vasconcelos Dantas, todos trabalhadores do local, foram presos. As investigações concluíram que eles eram responsáveis por persuadir outros funcionários e membros da família a se unir à seita.
De acordo com o delegado Cícero Túlio, a seita colaborou com uma instituição médica no bairro Redenção, em Manaus. Ele afirmou que a família Djidja recebia ketamina e outras drogas do local sem controle.
A Polícia Civil declarou que está monitorando as vítimas da seita. Duas delas teriam relatado que a seita praticava violência física e estupro de pessoas vulneráveis, além de abuso de substâncias e violência psicológica. As vítimas disseram ao delegado que foram dopadas por vários dias, forçadas a permanecer despidas e impedidas de comer ou banhar. Quando os mandados de busca e apreensão foram executados na residência, notamos um forte cheiro de podridão. Uma das vítimas relatou ter sofrido um aborto.
A Polícia Civil também está investigando a morte da avó da Djidja, matriarca da família. A polícia afirma que os familiares de Djidja acreditam que Ademar Cardoso injetou ketamina na avó após ela cair e relatar dores. A Polícia Civil apura ainda a utilização de animais domésticos em rituais da seita.