A Polícia Civil do Amazonas deflagrou na manhã desta segunda-feira (2/6) a Operação Lousa Negra, que resultou na prisão de sete pessoas envolvidas em um esquema criminoso de fraudes com empréstimos consignados em nome de professores da rede estadual. A ação foi coordenada pelo delegado Cícero Túlio, titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Segundo as investigações, o grupo fraudava documentos com dados pessoais de servidores estaduais para contratar empréstimos consignados de forma ilegal. As vítimas só descobriam o golpe semanas depois, ao notarem os descontos nos contracheques.
O esquema envolvia uma rede organizada, com funções bem distribuídas. Parte dos criminosos se passava por professores para efetuar os contratos nas agências bancárias. Outros atuavam como correspondentes bancários, facilitando a abertura de contas e o envio de processos fraudulentos. A quadrilha também contava com o apoio de gerentes de bancos, que autorizavam os créditos e recebiam comissões pelas liberações.
Grande parte das operações era feita por meio do sistema digital chamado “clique único”, que permitia a liberação dos valores via aplicativo, sem a necessidade de ir até uma agência, o que dificultava a identificação das fraudes.
Entre os presos está o gerente bancário Alan Douglas Pereira Barbosa, que já é investigado por outro esquema de fraude envolvendo financiamentos e cartões de crédito usados para compras ilegais de veículos. Também foram detidos o pastor John Harry Santos da Silva, o pai de santo Luiz Roberto Lima da Fonseca e Manoel Moreno Penha Júnior, que atuavam como intermediários na entrega de documentos falsos e articulação entre os integrantes do grupo.
Os correspondentes bancários Jean Fábio França de Souza, Samuel da Costa Matos e Luis Gonçalves da Silva foram presos por facilitar diretamente a liberação dos empréstimos fraudulentos.
De acordo com a polícia, o grupo movimentou mais de R$ 3 milhões em aproximadamente um ano de atuação.
Presos na operação:
Alan Douglas Pereira Barbosa
Luiz Roberto Lima da Fonseca
Manoel Moreno Penha Júnior
John Harry Santos da Silva
Samuel da Costa Matos
Luis Gonçalves da Silva
Jean Fábio França de Souza
Foragidos:
Pablo Kzar Andrade Costa
Peter Kalil Andrade Costa
Manoel David Miranda de Melo
Crisney Uchôa Correia
Rafael Bruno Lima de Souza
Marcos Pitter Lemos da Silva
Todos os envolvidos irão responder por organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documentos falsos, falsa identidade e falsificação de documentos públicos e particulares. Os presos foram encaminhados para audiência de custódia e permanecem à disposição da Justiça.
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