Presidente da República sempre foi contra às medidas de prevenção e costuma desdenhar do uso de imunizantes
Após meses afirmando que só se vacinaria após o último brasileiro ser imunizado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou atrás e afirmou na noite desta terça-feira (12) que decidiu não tomar a vacina contra a Covid-19. O presidente, que é acusado de ter ignorado ofertas de algumas vacinas, como a da Pfizer, e de ter debochado de outras, como a CoronaVac, disse em entrevista à “Rádio Jovem Pan” que viu “novos estudos” e que decidiu não ser vacinado.
“No tocante à vacina, eu decidi não tomar mais. Estou vendo novos estudos. A minha imunização está lá em cima. Para quê vou tomar a vacina? Seria a mesma coisa jogar na loteria R$ 10 para ganhar R$ 2. Não tem cabimento isso daí”, disse Bolsonaro.
As vacinas contra a Covid-19 são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que destaca que sua eficácia foi comprovada por meio de testes clínicos que demonstraram sua capacidade de prevenção contra a doença na maioria dos casos. Além disso, a eficácia da vacina continuou sendo monitorada após sua utilização. Apenas as vacinas que se demonstraram seguras e eficazes forma aprovadas pela OMS.
Durante viagem ao litoral de São Paulo durante o feriado de Nossa Senhora de Aparecida, Bolsonaro criticou a exigência do comprovante de vacinação para ir ao jogo do Santos pelo Campeonato Brasileiro. Nas últimas semanas, o presidente elegeu como novo alvo de suas críticas a proposta do chamado “passaporte da vacina”, que determina a apresentação da carteira de vacinação para que se frequente alguns lugares.
Na entrevista, Bolsonaro disse não ser contra a vacina e justificou afirmando que, em dezembro, assinou uma medida provisória liberando R$ 20 bilhões para a aquisição dos imunizantes. O presidente, entretanto, afirmou que existe uma “sanha” para que se compre mais vacina e insinuou que essa exigência é impulsionada pelas empresas.
Com informações do jornal O Globo