Nesta quinta-feira (21/11), a Polícia Federal (PF) finalizou o inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado em 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno estão entre os indiciados por sua participação na elaboração do plano golpista. No total, 37 indivíduos foram indiciados pelos delitos de supressão violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa.
O inquérito foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Alexandre de Moraes foi designado como relator.
O líder do PL, Valdemar Costa Neto, também foi indiciado. Confira a relação completa:
1. AILTON GONÇALVES MORAES BARROS
2. ALEXANDRE CASTILHO BITENCOURT DA SILVA
3. ALEXANDRE RODRIGUES RAMAGEM
4. ALMIR GARNIER SANTOS
5. AMAURI FERES SAAD
6. ANDERSON GUSTAVO TORRES
7. ANDERSON LIMA DE MOURA
8. ANGELO MARTINS DENICOLI
9. AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA
10. BERNARDO ROMAO CORREA NETTO
11. CARLOS CESAR MORETZSOHN ROCHA
12. CARLOS GIOVANI DELEVATI PASINI
13. CLEVERSON NEY MAGALHÃES
14. ESTEVAM CALS THEOPHILO GASPAR DE OLIVEIRA
15. FABRÍCIO MOREIRA DE BASTOS
16. FILIPE GARCIA MARTINS
17. FERNANDO CERIMEDO
18. GIANCARLO GOMES RODRIGUES
19. GUILHERME MARQUES DE ALMEIDA
20. HÉLIO FERREIRA LIMA
21. JAIR MESSIAS BOLSONARO
22. JOSÉ EDUARDO DE OLIVEIRA E SILVA
23. LAERCIO VERGILIO
24. MARCELO BORMEVET
25. MARCELO COSTA CÂMARA
26. MARIO FERNANDES
27. MAURO CESAR BARBOSA CID
28. NILTON DINIZ RODRIGUES
29. PAULO RENATO DE OLIVEIRA FIGUEIREDO FILHO
30. PAULO SÉRGIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
31. RAFAEL MARTINS DE OLIVEIRA
32. RONALD FERREIRA DE ARAUJO JUNIOR
33. SERGIO RICARDO CAVALIERE DE MEDEIROS
34. TÉRCIO ARNAUD TOMAZ
35. VALDEMAR COSTA NETO
36. WALTER SOUZA BRAGA NETTO
37. WLADIMIR MATOS SOARES
Segundo a Polícia Federal, as evidências foram reunidas ao longo de quase dois anos, “através da quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras ações devidamente autorizadas pela justiça”.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações indicaram que os investigados se organizaram através da divisão de tarefas, o que possibilitou a individualização das ações e a identificação dos grupos a seguir:
a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
c) Núcleo Jurídico;
d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
e) Núcleo de Inteligência Paralela;
f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
Bolsonaro já foi indiciado pela Polícia Federal em dois outros inquéritos: o que investiga a falsificação de cartões de imunização contra a Covid-19 e o que investiga a comercialização ilícita de joias que ele recebeu como presente durante seu mandato.
A versão final do documento contém mais de 800 páginas e será entregue ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator do inquérito que investiga a tentativa de golpe.
Conforme as apurações da Polícia Federal, Jair Bolsonaro, na época presidente da República, redigiu, modificou e “encolheu” a chamada “minuta do golpe”, um tipo de decreto que previa a intervenção no Poder Judiciário para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e realizar novas eleições.
O ex-presidente é acusado de se encontrar com o comandante do Exército Brasileiro naquele período, general Estevam Cals Theofilo, no dia 9 de dezembro de 2022, para planejar o suporte militar para a realização do golpe de Estado.
Além disso, a Polícia Federal determinou que Bolsonaro foi o encarregado de elaborar e aprimorar “a minuta do ilegal decreto golpista”, após examinar mensagens enviadas por Mauro Cid ao general Freire Gomes, que ocupava o cargo de comandante do Exército na época.
Conforme o estudo, Mauro Cid apontou, em seus textos para Freire Gomes, que Bolsonaro “resumiu” o decreto e o tornou “mais sucinto”.
Fonte: Metrópoles