Em público, o governador Wilson Lima (União Brasil) continua se apresentando como um bom moço, pregando o diálogo, fazendo o gênero humilde. Nos bastidores, entretanto, a atuação é de um autêntico cacique, que empreende vinganças contras aqueles que em algum momento o “humilharam”.
Primeiro foi o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), “tratorado” na eleição para a direção da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Agora é a vez de Adail Filho (Republicanos), que o derrotou ano passado em Coari e é alvo de tentativa de tomada do mandato pelo partido do poder.
Sobre David, o Barelândia mantém o que já publicou. O rompimento já aconteceu nos bastidores, embora em público ele e o governador mantenham as aparências. Mas Wilson não perdoa a postura do aliado na campanha, sempre o colocando numa condição de inferioridade, “sem voto”, e apresentando-se como tutor de sua reeleição, o que de fato aconteceu. O “troco” veio na eleição da CMM. O prefeito foi literalmente atropelado, sem chance de reação.
Já em relação a Adail, Wilson não perdoa os ataques que recebeu quando da eleição extraordinária para a Prefeitura de Coari. As trocas de acusações foram pesadas e a declaração de apoio à reeleição do governador na reta final da campanha deste ano foi interpretada como uma rendição. Agora teria chegado a hora do “troco”. Se conseguir anular os votos do ex-prefeito na Justiça Eleitoral, o União Brasil tomaria o mandato dele, já que dessa forma o Republicanos perderia uma das duas cadeiras que conquistou e o partido do chefe do Executivo ganharia a terceira, com possibilidade de tomar ainda o mandato de Silas Câmara e emplacar o seu quarto deputado federal.
Aos poucos Wilson vai tirando a máscara de gente boa e encarnando o cacique rompedor, que passa por cima de qualquer aliado ou adversário para estabelecer a própria autoridade.