Ministro Alexandre de Moraes fez duras críticas às milícias digitais e prometeu repressão nas próximas Eleições
Em recado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro Alexandre de Moraes afirmou nesta quinta-feira (28) que, se houver disparo em massa de fake news nas Eleições de 2022, os responsáveis serão cassados e “irão para a cadeia por atentar contra as eleições e a democracia”.
O magistrado é relator do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF) e será o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no pleito do ano que vem.
Moraes votou contra a cassação de Bolsonaro e do vice Hamilton Mourão e justificou que o “lapso temporal pode ser impeditivo de uma condenação”, mas fez duras críticas ao chefe do Executivo e disse que a Justiça Eleitoral “não será pega de surpresa” em 2022.
“Nós podemos absolver aqui por falta de provas, mas sabemos o que ocorreu. Sabemos o que vem ocorrendo e não vamos permitir que isso ocorra.”
“Não podemos criar um precedente: olha tudo que foi feito vamos passar o pano. Porque essas milícias digitais continuam se preparando para disseminar o ódio”, disse.
Moraes, assim como os demais colegas do TSE, votou para rejeitar as ações que pediam a cassação de Bolsonaro devido ao esquema de disseminação de fake news no último pleito presidencial.
No julgamento, o ministro citou os ataques de bolsonaristas à jornalista Patrícia Campos Mello, autora de reportagens da Folha que revelaram a existência de um esquema de disparo em massa de notícias falsas via WhatsApp para beneficiar Bolsonaro em 2018, e disse que ela “foi desrespeitada como mulher”.
“Não se pode aqui de alguma forma criar um precedente avestruz, de que não ocorreu nada. Isso é fato mais do que notório que ocorreu, porque continuou e isso foi exposto de forma detalhada jornalisticamente pela jornalista Patrícia Campos Mello, depois no livro ‘A Máquina do Ódio’.”
“E por causa disso foi perseguida pelas mesmas milícias digitais, que são covardes presencialmente, mas muito corajosos virtualmente atrás de um computador.”
Com informações da Folha de S.Paulo