Grupo do G7 da Comissão Parlamentar, incluindo senador Omar Aziz, se revoltaram com relator Renan Calheiros
O racha que levou o senador Renan Calheiros a adiar a divulgação do relatório da CPI da Pandemia para a semana que vem começou no WhatsApp. Assim que notaram que alguns veículos de imprensa traziam trechos do relatório final ainda em elaboração pela equipe de Calheiros, integrantes do grupo que reúne o chamado “G7 ampliado” – os senadores que comandam a CPI, mais suplentes e agregados – o acusaram de descumprir o compromisso de que ninguém teria acesso ao documento antes deles.
Senadores desse grupo contaram à jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, por esse acerto, que Renan discutiria os pontos do relatório com os outros membros na sexta-feira (15), acataria sugestões e, nesta semana, submeteria o relatório à comissão.
O presidente da CPI, Omar Aziz, foi o mais indignado ao constatar o vazamento. Acusando Renan de não cumprir o que promete, Aziz disse que não votaria o relatório sem discussão prévia. O documento tem mais de mil páginas e será discutido numa reunião do G7 nesta segunda-feira (18) à noite.
Para parte dos senadores, Calheiros quer capitalizar politicamente o último momento de exposição na CPI da Pandemia incluindo crimes que não se sustentam. Temem, inclusive, que alguns trechos sirvam de desculpa para que o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, arquive o relatório, alegando falta de substância. Eles querem que Calheiros modifique pelo menos três pontos do documento.
Diante da forte reação dos colegas de CPI, o relator recuou, até porque não teria unanimidade para aprovar os pontos mais polêmicos. Depois da reunião desta segunda-feira, o relator fará mudanças no texto e deve começar a ler o relatório na própria CPI a partir desta quarta-feira (20). O relatório será votado apenas na semana que vem.
Com informações do jornal O Globo