A investigação foi iniciada pelo governo de Queensland, na Austrália, após o sumiço de 323 amostras de vírus letais de um laboratório de virologia. O incidente, caracterizado como uma “gravíssima infração histórica dos protocolos de biossegurança”, aconteceu em agosto de 2023, porém só veio à tona na segunda-feira (9/12).
Entre os vírus desaparecidos estão o hendra, o lyssavirus e o hantavírus, todos potencialmente letais. “Dada a gravidade dessa violação dos protocolos de biossegurança e o desaparecimento potencial de amostras de vírus infecciosos, o Queensland Health deve investigar o ocorrido e evitar que isso se repita”, afirmou o ministro Timothy Nicholls.
O laboratório em questão é especializado em diagnóstico, vigilância e pesquisa de vírus de importância médica transmitidos por mosquitos e carrapatos. Contudo, até o momento, não foi possível determinar se as amostras foram roubadas ou destruídas. “Não há evidências de risco para a comunidade”, reforçou o comunicado oficial.
O hendra, um vírus exclusivamente australiano, é transmitido de animais para seres humanos. Por outro lado, o hantavírus pode provocar enfermidades sérias, como febre hemorrágica e síndrome pulmonar, muitas vezes letais. Por outro lado, o lyssavirus é uma família de vírus que pode provocar raiva, uma condição fatal se não for prontamente tratada. Embora haja preocupações, os especialistas ressaltam que os vírus não se manteriam em condições controladas sem controle.
“É importante notar que amostras de vírus se degradam muito rapidamente fora de um congelador de baixa temperatura, tornando-se não infecciosas. É muito improvável que amostras tenham sido descartadas em lixo comum, já que isso estaria completamente fora das práticas rotineiras de laboratório”, explicou o diretor de Saúde Pública John Gerrard.
A investigação em curso busca esclarecer o que levou à falha nos protocolos de biossegurança e garantir que casos semelhantes não se repitam no futuro.
Fonte: Metrópoles