A Intel anunciou o novo adiamento da inauguração de sua fábrica em Ohio, nos Estados Unidos, com previsão de início da produção agora entre 2030 e 2031. O projeto, que foi anunciado em 2022 e originalmente tinha o ano de 2025 como meta para as operações, possui um orçamento de US$ 28 bilhões.
Em comunicado, Naga Chandrasekaran, vice-presidente executivo da Intel, justificou a decisão, afirmando que a empresa adota uma “abordagem prudente” para concluir o projeto de maneira financeiramente responsável.
Ele destacou que a construção continuará a um ritmo mais lento, mas que a empresa mantém flexibilidade para acelerar os trabalhos caso a demanda do mercado justifique a antecipação das operações.
O projeto prevê ainda a construção de uma segunda fábrica, que deverá ser finalizada apenas em 2031, com início das operações programado para 2032. O campus de Ohio foi projetado para se tornar o maior centro de fabricação de semicondutores do mundo, com a promessa de gerar cerca de 3 mil empregos diretos e milhares de postos de trabalho indiretos, em fornecedores e parceiros.
Na época de seu lançamento, sob a liderança de Pat Gelsinger, a Intel visava aumentar significativamente sua capacidade de produção. O complexo no Arizona também recebeu um investimento de US$ 20 bilhões para sua expansão. A empresa, por sua vez, buscava aproveitar o Chips Act, uma iniciativa do governo dos EUA para impulsionar a produção de semicondutores no país, em resposta à escassez global de chips.
Contudo, nos últimos anos, a Intel tem enfrentado sérias dificuldades financeiras. Em 2024, a empresa registrou prejuízos bilionários, com um resultado negativo de US$ 16,6 bilhões no terceiro trimestre. A tentativa de expandir a Intel Foundry, com o objetivo de fabricar chips para outras empresas, não obteve sucesso. Além disso, problemas nos chips Core das 13ª e 14ª gerações impactaram negativamente a imagem da companhia.
A situação culminou na aposentadoria de Pat Gelsinger, em dezembro de 2024, e atualmente, o cargo de CEO está sendo ocupado interinamente por David Zinsner e Michelle Johnston. Como parte de suas medidas para conter os prejuízos, a Intel realizou cortes significativos, demitindo 15 mil funcionários em agosto de 2024, e anunciou um plano para economizar US$ 10 bilhões em 2025.
Além disso, a empresa decidiu cancelar o desenvolvimento de um chip dedicado à inteligência artificial e está avaliando a possibilidade de descontinuar a Intel Foundry, que ainda não demonstrou resultados financeiros satisfatórios.