A OpenAI anunciou o desenvolvimento de um modelo de inteligência artificial (IA) criado para gerar proteínas que transformam células comuns em células-tronco. A empresa afirma que essa tecnologia supera de forma significativa as capacidades humanas nesse processo, representando um avanço notável em sua busca para utilizar a IA na ciência.
O projeto foi iniciado há cerca de um ano, em colaboração com a Retro Biosciences, uma empresa dedicada à pesquisa sobre longevidade. O objetivo da Retro é aumentar em 10 anos a expectativa de vida saudável dos seres humanos, utilizando proteínas conhecidas como fatores de Yamanaka para reverter o envelhecimento celular.
Embora promissor, o processo tradicional de reprogramação celular é demorado e ineficaz, com menos de 1% das células atingindo a transformação desejada. Foi nesse contexto que o novo modelo da OpenAI, chamado GPT-4b micro, foi introduzido, oferecendo redesigns de proteínas que podem melhorar a eficiência do processo em mais de 50 vezes.
Esse projeto reflete a visão de Sam Altman, CEO da OpenAI, que acredita no poder da IA superinteligente para transformar a ciência. É importante ressaltar que Altman também é o principal investidor da Retro, tendo investido US$ 180 milhões na empresa em 2023. Embora isso possa levantar preocupações sobre conflitos de interesse, a OpenAI garante que o trabalho foi realizado de forma independente. Mesmo assim, a parceria com Altman e a OpenAI coloca a Retro em evidência no campo científico, atraindo maior atenção e recursos para suas pesquisas.
Embora os resultados iniciais sejam promissores, ainda há muito a ser feito. O modelo, que se diferencia de iniciativas como o AlphaFold do Google DeepMind, foi projetado para lidar com proteínas mais “desorganizadas”, como os fatores de Yamanaka. O verdadeiro impacto dessa inovação só será completamente compreendido com o tempo, mas já é claro que a integração de IA e biologia pode abrir novas portas para a ciência.