Falta muito pouco para que o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil) se declarem oficialmente rompidos. Na prática, os dois já se afastaram e não formam mais um grupo político. A interferência do segundo na eleição para a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Manaus (CMM) foi um claro sinal e a ausência dele na inauguração da reformada Feira do Educandos outro.
O rompimento tem ainda outro fator por enquanto oculto: a aproximação entre o governador e o vereador Amon Mandel (Cidadania). Pessoas próximas a Lima afirmam que ele avalia o apoio ao jovem político para a Prefeitura de Manaus como uma forma de se reconectar àquela parcela do eleitorado que se afastou dele depois das sucessivas operações da Polícia Federal que tiveram ele e seus auxiliares como alvo.
Mandel é o principal opositor de Almeida e candidatíssimo a prefeito, embora não tenha declarado isso ainda. Na eleição ele não declarou apoio a Lima em público, mas orientou sua equipe a seguir o governador no segundo turno. Dois auxiliares do chefe do Executivo Estadual ouvidos pelo Barelândia esta semana afirmaram que o presidente eleito da Câmara Municipal de Manaus, Caio André (PSC), foi o responsável pela aproximação entre o vereador e seu líder político.
Almeida tem dito a auxiliares próximos que não esperava e interferência de Lima na eleição da CMM e aumentou o tom das críticas ao governador nos bastidores. O prefeito não tem convidado o (ex?)-aliado para inaugurações de obras realizadas com apoio do Governo, que soltou nota esta semana enfatizando que a reforma da Feira de Educandos, por exemplo, foi realizada com dinheiro do Estado.
Nesta última semana o prefeito de Manaus procurou aproximação com adversários do governador. Telefonou para alguns deles, inclusive.
O rompimento é realmente uma questão de tempo.