O ex-presidente Bolsonaro emitiu uma nota oficial em resposta à operação da Polícia Federal que investiga um suposto esquema internacional de venda de joias e relógios oferecidos à Presidência da República durante seu governo. A operação ocorreu na última sexta-feira (11), com mandados de busca e apreensão executados contra Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o advogado Frederick Wassef, o general Lourena Cid e o tenente Osmar Crivelatti. Todos são suspeitos de envolvimento na tentativa de venda ilegal de joias e relógios, incluindo um Rolex em ouro branco e um Patek Philippe, que foram destinados ao ex-chefe de Estado.
A legislação estabelece que presentes oferecidos ao presidente não pertencem ao ocupante em exercício do Palácio do Planalto, mas sim à instituição da Presidência. De acordo com o relatório da Polícia Federal, há indícios de relação entre Bolsonaro e o esquema. A instituição policial solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra do sigilo bancário do ex-presidente. No comunicado divulgado, a defesa de Bolsonaro afirma que o presidente voluntariamente solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) o depósito dos itens em questão até que uma decisão final sobre seu tratamento fosse alcançada.
Bolsonaro reafirma que nunca se apropriou ou desviou bens públicos, colocando sua movimentação bancária à disposição do Poder Judiciário. A operação da Polícia Federal se baseou em análise de trocas de mensagens, viagens aos Estados Unidos e investigação de sites de leilões. O documento que embasou os mandados de busca e apreensão detalha que o conjunto de joias recebido pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após uma viagem à Arábia Saudita em outubro de 2021, teria sido submetido a leilões nos Estados Unidos. A investigação teve início após a exposição do caso das joias sauditas, levando o Tribunal de Contas da União a requisitar a devolução dos itens para o acervo público. Mauro Cid, em conjunto com seu pai e Frederick Wassef, foi acusado de resgatar os bens durante essa época.
Fonte: CNN Brasil
