O projeto de conservação de quelônios foi iniciado em 2012, no Ramal Mamori (município de Careiro Castanho), por meio do do Pé de Pincha. O Ibama passou a atuar na fiscalização do período da desova em 2017. E com o recurso da conversão de multas conseguiu fornecer alguns insumos para subsidiar melhores condições de trabalho à comunidade. A colaboração dos moradores das nove comunidades tem sido fundamental.
“São aproximadamente 70 famílias que apoiam o programa voluntariamente. São moradores com entre 18 e 60 anos e, ao longo do tempo, se conscientizaram ao perceber a importância da conservação desses ninhos”, conta o coordenador do PQA/AM, Walmir Nogueira.
De acordo com ele, o principal predador dos quelônios são os homens, cuja captura visa à comercialização dos animais e de ovos, muito utilizados na culinária da região. A pouco mais de 300 km de Manaus, o coordenador monitora outra eclosão, esta ao longo de praias com até três quilômetros de extensão e lagos formados no perímetro de seis municípios, na calha do Rio Purus. “Aqui a gente conta até 15 mil nascimentos em uma única praia”, garante Walmir. De acordo com ele, neste ano de 2023 já foi contabilizado mais de um milhão de filhotes de tartarugas, na região.
No Amazonas, o acompanhamento da eclosão se estende pelas calhas dos rios Juruá, Japurá, Negro e Solimões, entre outros leitos.
Conversão de multas ambientais
A totalidade dos orçamento do PQA/AM é garantida por meio da conversão de multas ambientais – com a adesão à conversão, o autuado substitui o pagamento do valor da infração pela execução de projetos que envolvem a prestação de serviços ambientais relevantes.
Os valores provenientes dos acordos de conversão são direcionados para a aquisição de insumos. “O resultado tem sido extremamente positivo. Houve um aumento considerável do número de ninhos coletados e da quantidade de filhotes que chegaram à natureza”, afirma Mayara.