Nesta quinta-feira (29/02), o presidente russo, Vladimir Putin, emitiu um alerta aos países ocidentais, destacando o sério risco de uma guerra nuclear caso enviem suas próprias tropas para combater na Ucrânia. Putin afirmou que Moscou possui capacidade bélica para atingir alvos no Ocidente.
Dirigindo-se ao Parlamento e outros membros proeminentes da elite russa, o líder de 71 anos reiterou a acusação de que o Ocidente está determinado a enfraquecer a Rússia. Ele insinuou que os líderes ocidentais não compreendem a gravidade de sua interferência nos assuntos internos russos.
Antes de emitir o alerta, Putin mencionou uma proposta levantada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, na segunda-feira (26/02), sobre o envio de tropas terrestres europeias para a Ucrânia através da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Esta sugestão foi rapidamente rejeitada pelos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e outros países.
“[As nações ocidentais] precisam se dar conta de que também temos armas que podem atingir alvos em seu território. Tudo isso realmente ameaça um conflito com o uso de armas nucleares e a destruição da civilização. Será que eles não entendem isso?”, disse Putin.
Antes da eleição presidencial agendada para 15 a 17 de março, onde é esperado que o presidente seja reeleito para mais um mandato de seis anos, ele fez elogios ao arsenal nuclear altamente modernizado da Rússia, que atualmente é o maior do mundo.
A crise na Ucrânia provocou a pior tensão nas relações entre Moscou e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962. Putin anteriormente alertou sobre os riscos de um confronto direto entre a Otan e a Rússia.
Expressando claramente sua irritação, o líder supremo russo há mais de duas décadas sugeriu que os políticos ocidentais lembrassem dos destinos daqueles que, no passado, tentaram invadir o país sem sucesso, citando exemplos como Adolf Hitler da Alemanha nazista e Napoleão Bonaparte da França.