A Core Power anunciou o lançamento de um programa de usinas nucleares flutuantes (FNPPs) ancoradas nos Estados Unidos, com o objetivo de revolucionar a produção de energia nuclear em escala global. O projeto, denominado “Liberty”, visa explorar um mercado de US$ 2,6 trilhões, com foco na expansão da energia nuclear para regiões costeiras, que concentram 65% da atividade econômica mundial.
Durante uma cúpula realizada em Houston, Texas, Mikal Bøe, CEO da Core Power, ressaltou o impacto do programa, que permitirá a energia nuclear alcançar novos mercados e fornecer soluções energéticas inovadoras. O nome “Liberty” faz referência aos navios utilizados durante a Segunda Guerra Mundial, cuja produção em massa foi crucial para a vitória dos Aliados.
As FNPPs serão baseadas em um reator compacto de sal fundido, um conceito desenvolvido originalmente nos anos 1950, que utiliza combustível fluído (sal de flúor ou cloreto), em vez do combustível sólido tradicional. De acordo com a empresa, essa tecnologia é até 100 vezes mais eficiente no aproveitamento do urânio, além de apresentar vantagens como operação contínua sem necessidade de reabastecimento e sistemas de segurança que evitam falhas como a de Fukushima.
As usinas flutuantes serão construídas em estaleiros, utilizando técnicas de construção naval já consolidadas, com uma força de trabalho qualificada. Cada FNPP será capaz de gerar até 175 gigawatts-hora de eletricidade limpa por ano, fornecendo energia para navios e equipamentos portuários. Além disso, as unidades poderão ser atracadas em portos e outros locais costeiros.
Com escritórios em Londres, Washington e Tóquio, a Core Power começará a receber encomendas para as usinas a partir de 2028. A primeira fase do projeto será focada na construção dos módulos, enquanto a segunda etapa tratará de processos de licenciamento, seguro e controle de exportação. Em paralelo, a empresa colaborará com a Organização Marítima Internacional (OMI) e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para estabelecer padrões internacionais de segurança e criar uma convenção de responsabilidade civil para navios movidos por energia nuclear.