O Ministério da Saúde da Argentina anunciou nesta segunda-feira (26) uma reformulação nas políticas públicas de saúde, incluindo uma revisão nos protocolos de vacinação. O governo afirmou que o objetivo é “mudar de um modelo focado em tratar doenças para outro voltado à promoção da saúde, baseado em evidências científicas”. O anúncio ocorre simultaneamente à oficialização da saída do país da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A declaração foi feita após a visita do secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert Kennedy Jr., à Argentina. Segundo o governo argentino, as mudanças também visam fortalecer a segurança dos pacientes e a sustentabilidade do sistema de saúde.
Entre as medidas anunciadas estão:
- Reestruturação dos órgãos do sistema de saúde para aumentar transparência e eficiência, eliminando sobreposições e normas obsoletas.
- Revisão das autorizações aceleradas para medicamentos de alto custo, com atenção especial a remédios para crianças e doenças raras.
- Restrição no uso de aditivos sintéticos em alimentos, devido a possíveis vínculos com doenças crônicas.
- Exigência de estudos clínicos com grupo placebo para aprovação de vacinas, citando como exemplo a vacina contra a Covid-19, que foi aplicada sem grupo controle.
No comunicado, a Argentina oficializou sua saída da OMS, alegando que as orientações da entidade são influenciadas por interesses políticos e burocráticos, não por ciência.
A decisão segue a retirada dos Estados Unidos da organização, ocorrida em fevereiro de 2025. O governo argentino, liderado por Javier Milei desde dezembro de 2023, alinhou-se ao posicionamento conservador dos EUA.
Além disso, o governo justificou a saída pelo alto custo da contribuição anual à OMS, estimada em US$ 10 milhões (cerca de R$ 58 milhões), além das despesas relacionadas ao representante argentino na entidade.
Fundada em 1948, a OMS é uma agência da ONU sediada em Genebra, responsável por coordenar ações globais de saúde pública e combater surtos de doenças.