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terça-feira, julho 1, 2025
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BYD inicia montagem de carros elétricos em fábrica do Brasil

O setor automotivo brasileiro viveu um dia simbólico nesta segunda-feira (1º). Enquanto entrou em vigor o aumento nas alíquotas de importação para veículos híbridos e elétricos — agora variando entre 25% e 30% —, a montadora chinesa BYD iniciou oficialmente sua operação no Brasil, com a montagem de veículos elétricos em Camaçari, na Bahia.

A planta ocupa as instalações da antiga fábrica da Ford, que encerrou suas atividades no país em 2021. Após 15 meses de obras e adaptação, a unidade da BYD começa a operar com o sistema SKD (Semi Knocked Down), em que os carros chegam desmontados da China e são montados localmente. Os primeiros modelos a serem montados são o SUV Song Plus e o compacto Dolphin Mini — este último, o carro mais vendido da montadora no mundo, que ultrapassou recentemente a marca de 1 milhão de unidades produzidas.

Apesar de a operação inicial não envolver fabricação de componentes no Brasil, a expectativa da empresa é montar até 50 mil veículos até o fim de 2025. A cerimônia que marcou o início das atividades reuniu cerca de 500 pessoas, entre autoridades, executivos, jornalistas brasileiros e uma comitiva de repórteres chineses.

O primeiro galpão da fábrica tem 16 mil metros quadrados e representa apenas o início do projeto. Estão previstas pelo menos mais duas estruturas do mesmo porte nos próximos anos. Quando estiver em plena operação, a unidade deve empregar até 20 mil pessoas e se tornará a maior fábrica da BYD fora da China, com produção também voltada para ônibus elétricos e baterias.

A instalação da fábrica em Camaçari não passou imune a críticas. No fim de 2024, denúncias sobre trabalho análogo à escravidão durante a construção da unidade chamaram a atenção e trouxeram desgaste à imagem da montadora. As acusações foram atribuídas à pressão por prazos e aos cortes orçamentários. Segundo a empresa, os problemas foram solucionados e o cronograma de expansão está mantido.

A chegada da BYD ao Brasil faz parte de um movimento maior de expansão global da indústria chinesa de veículos elétricos. Impulsionada pelo plano estratégico “Made in China 2025”, a China busca consolidar sua liderança no setor, exportando não apenas produtos, mas também influência e presença industrial para diversos continentes.

Em 2024, das 17 milhões de unidades de carros elétricos vendidas no mundo, 11 milhões foram comercializadas apenas na China. Em contraste, os Estados Unidos impõem barreiras tarifárias que chegam a 100% para veículos chineses, praticamente bloqueando o acesso ao mercado. Por isso, América do Sul e Europa passaram a ser os principais alvos da expansão das montadoras chinesas.

Na Europa, a BYD tem avançado sobre o espaço deixado pela Tesla, que enfrenta dificuldades na renovação de modelos e desgaste na imagem de Elon Musk. No Brasil, a expectativa é de que a nova unidade sirva também como base para exportação para países vizinhos da América Latina.

Apesar das piadas que circulam em Camaçari — de que “só o ar dos pneus é brasileiro” —, os executivos da BYD reforçam que essa é apenas a primeira etapa de um projeto de longo prazo. Com a nacionalização gradual de componentes, a montadora espera que a operação local ajude a reduzir os impactos das novas tarifas de importação e fortaleça a presença da marca no mercado brasileiro.

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