O Bumbódromo de Parintins foi palco, nesta sexta-feira (27), da abertura oficial da 58ª edição do Festival Folclórico, um dos maiores espetáculos culturais do Brasil. Em sua noite de estreia, o evento reuniu milhares de torcedores para assistir às emocionantes apresentações dos bois Garantido e Caprichoso, que deram início à tradicional disputa na Ilha Tupinambarana.
Garantido ❤️
O boi Garantido foi o responsável por abrir a edição de 2025. Da arquibancada vermelha e branca, o apresentador Israel Paulain comandou a contagem regressiva encarnada, levando o público ao delírio nos primeiros minutos. O bumbá entrou na arena representado por uma imponente serpente gigante, simbolizando a força dos povos originários e a diversidade étnica e cultural da Amazônia — tema central da apresentação.
A estreia de Jeveny Mendonça como porta-estandarte do Garantido foi um dos momentos mais aguardados. Ela surgiu de uma alegoria gigante, encantou com leveza e elegância, e defendeu com destaque o item número 5 do espetáculo. Outra cena de destaque foi a performance de Isabelle Nogueira, ex-BBB e cunhã-poranga do boi, que representou uma onça na encenação da lenda indígena Tapyra’yawara.
A apresentação também prestou homenagem à advogada Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, morto durante a ditadura militar brasileira.
Caprichoso ⭐️
Em seguida, o Boi Caprichoso encantou o público com uma entrada impactante. Içados por um guindaste ao lado do boi, o levantador de toadas Patrick Araújo e o apresentador Edmundo Oram deram início à performance azulada com forte apelo visual. Araújo, como de costume, se apresentou descalço.
A estreia de Caetano Medeiros como amo do boi e a performance de Marciele Albuquerque, cunhã-poranga azul, marcaram a apresentação. Ela surgiu em uma alegoria de mais de 30 metros e, ao lado do pajé Erik Beltrão, conduziu o público por uma jornada de espiritualidade e ancestralidade.
O Caprichoso trouxe ainda um forte discurso político ao defender a demarcação da terra indígena Tupinambá. A mensagem foi reforçada com a presença de representantes indígenas e a exibição do Manto Tupinambá do Século 21.
Expectativa para a segunda noite
A segunda noite do festival acontece neste sábado (28), com o Caprichoso abrindo as apresentações. O boi azul deve abordar a dor da escravidão, a exclusão histórica da população negra e a resistência contra o apagamento cultural.
O Garantido encerra a noite destacando suas raízes populares, com foco na fé, na cultura de trabalhadores humildes e na trajetória de resistência da agremiação.
Cada bumbá tem até duas horas e meia para apresentar seu espetáculo e conquistar os jurados e o coração da torcida.
