27.3 C
Manaus
quarta-feira, janeiro 22, 2025
Publicidade
InicioAmazonasRede Calderaro não quer saber de mortes no "Peladão", só dos milhões...

Compartilhar

Rede Calderaro não quer saber de mortes no “Peladão”, só dos milhões que ele rende

A Rede Calderaro de Comunicação promove seu campeonato de peladas desde 1973. De início a ideia era apenas reunir times de bairro numa competição rápida, para promover o jornal A Crítica. Mas especialmente na década de 80 o evento explodiu, chegou a reunir mais de mil times e ganhou fama internacional.

No último domingo, entretanto, uma nova faceta do chamado Peladão foi revelada, de forma trágica: três jogadores foram executados dentro de campo por rivais de facções criminosas.

Não foi o primeiro crime cometido devido ao campeonato. Em 2013, a comemoração do time Amigos do Tonho pela classificação para a final do Peladão terminou em tragédia quando o goleiro Paulo Christian Bezerra da Silva, 36 anos, foi morto a tiros, na rua Esperança, bairro da Vila da Prata, Zona Oeste de Manaus.

Ele havia sido um dos principais jogadores na partida contra o 13 de Maio, com suas defesas cruciais para a classificação do time para a final do Peladão. O detalhe é que o time perdedor era mantido por traficantes da Colônia Oliveira Machado, na zona Sul de Manaus.

O envolvimento das facções criminosas nos jogos do Peladão não é novidade para o meio futebolístico. Os criminosos chegam a pagar R$ 1 mil por partida para jogadores famosos defenderem seus times. A organização sabe da situação, mas não toma nenhuma providência.

A Rede Calderaro não parece muito preocupada com o envolvimento na criminalidade nos jogos do Peladão, que hoje reúne menos da metade dos times que já reuniu – cerca de 500. Pudera! Apenas na administração de Wilson Lima (União Brasil), governador que antes de se eleger era apresentador da TV A Crítica, o Estado destinou mais de R$ 10 milhões para patrocinar o evento, que inclui um reality show com as chamadas “rainhas”.

O Peladão transformou-se em uma das principais fontes de captação de recursos para a rede de comunicação, que sequer cogita suspende-lo depois da tragédia de domingo último, no campo do Teixeirão, bairro Jorge Teixeira, zona Leste de Manaus.

Fora do Peladão, as facções mantém pequenos torneios onde se aposta altas somas em dinheiro. Há disputa pelos melhores jogadores, alguns dos quais são ameaçados e intimidados, para não jogar em times adversários.

Cada vez menos jogadores se disporão a correr os riscos que a competição representa hoje. E cada vez menos times serão inscritos. Se a Rede Calderaro não tomar as providências necessárias para tirar as facções de campo, o Peladão deve morrer por inanição.

COLUNISTAS

Siga-nos

LEIA TAMBÉM

Clima esquenta na PM depois que a família do Coronel Menezes passou a mandar na corporação

Circula em grupos de policiais no WhatsApp um texto...

Comerciante que se achava dono da rua teve telhado demolido e material apreendido pela prefeitura

Um telhado construído em cima de uma rua para...