Pesquisadores no Brasil descobriram que os tubarões da espécie nariz-afiado (Rhizoprionodon lalandii) no Brasil tinham cocaína e benzoilecgonina, que são metabólitos da cocaína ou da folha de coca. O estudo foi publicado em julho de 2024 pela revista global Science of the Total Environment.
A Universidade Federal de Santa Catarina, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Fundação Oswaldo Cruz colaboraram para produzir os dados. O estudo examinou trinta e três tubarões que foram encontrados no mar do Rio de Janeiro.
O estudo foi publicado na revista Science of the Total Environment. Estudou a presença de COC (cocaína) e BE (benzoilecgonina) em tubarões-de-nariz-afiado-brasileiros. Os resultados mostraram que todos os tubarões examinados tiveram amostras positivas de cocaína. 92% deles deram positivo para a presença de benzoilecgonina.
As concentrações de cocaína e benzoilecgonina foram mais de três vezes maiores. A quantidade de cocaína nos músculos dos animais foi três vezes maior do que no fígado (7,0 g kg-1).
O estudo examinou as diferenças entre machos e fêmeas na presença de drogas. Os níveis de cocaína nos músculos das fêmeas são maiores (40,2 ± 35,8 g kg-1) em comparação com os dos machos (12,4 ± 5,9 g kg-1).
Além disso, a pesquisa mostra que os níveis de benzoilecgonina em fêmeas não prenhes são iguais aos de cocaína. Isso sugere que há uma correlação entre a presença de benzoilecgonina e o peso dos tubarões. A presença do metabólito benzoilecgonina em fêmeas está ligada à cocaína, indicando que as fêmeas metabolizam sistêmica melhor.