Jaguari, na região central do Rio Grande do Sul, enfrenta a pior enchente dos últimos 30 anos. O município está em estado de calamidade pública desde terça-feira (17), após o Rio Jaguari atingir quase 13 metros acima do nível normal.
Mais de 1,2 mil moradores estão desalojados — mais de 10% da população da cidade, que tem cerca de 10 mil habitantes. Outras 120 pessoas permanecem em abrigos. Além disso, 600 pessoas seguem isoladas em comunidades rurais, sem acesso por terra. Elas recebem alimentos e suprimentos levados por voluntários, botes do Corpo de Bombeiros, cavalos e aeronaves da Defesa Civil.
A situação da infraestrutura é crítica. Cerca de 50% das estradas rurais foram destruídas, o que corresponde a 700 quilômetros, segundo a prefeitura. Pelo menos 45 pontes e pontilhões foram danificados, além de 70 bueiros destruídos, 20 bloqueios em estradas e 30 casas comprometidas.
“O cenário é de destruição total. Córregos transbordaram e passaram por cima das pontes. Será preciso reconstruir estradas, pontes e atender as famílias que perderam tudo”, afirmou Renato Bolzan, chefe de gabinete da Prefeitura de Jaguari.
Três mortes confirmadas no RS
As chuvas que atingem o estado já causaram três mortes. A mais recente foi confirmada nesta sexta-feira (20), em Sapucaia do Sul, após um homem morrer quando uma árvore caiu sobre seu carro na quinta-feira (19).
Outras duas mortes ocorreram no interior do estado. Em Candelária, Geneci Barbosa, de 54 anos, morreu após o carro em que estava ser levado pela correnteza. O corpo foi encontrado na terça-feira (17) e seu marido ainda está desaparecido. Em Nova Petrópolis, Mário Cesar Gonçalves, de 22 anos, morreu na mesma circunstância.
Quase 100 municípios atingidos
De acordo com o boletim da Defesa Civil divulgado nesta sexta (20), 98 municípios foram impactados pelas chuvas. Mais de 4 mil pessoas estão desalojadas — o dobro registrado nas últimas 24 horas — e outras 2 mil estão em abrigos. As equipes de resgate também contabilizam pelo menos 500 salvamentos em situações de risco.
As autoridades seguem mobilizadas no atendimento à população e na busca por desaparecidos.