Robson Cândido, ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, foi detido neste sábado (4) sob a acusação de ter usado os recursos da corporação para realizar ações de stalking, perseguição e ameaças contra sua ex-mulher e uma ex-amante. A prisão de Cândido ocorreu em sua residência durante uma operação conduzida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
O MPDFT revelou que a ação e a prisão do ex-diretor foram resultado das investigações do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Centro de Inteligência da instituição. Entretanto, as determinações judiciais que permitiram essas operações estão protegidas por sigilo.
Parte do inquérito foi revelada ao R7 e à Record TV, onde consta a alegação de que “há elementos de prova de que os representados realizaram manobra para efetivar monitoramento em tempo real da vítima, bem como utilizaram-se de bens pertencentes à Polícia Civil do Distrito Federal (viaturas descaracterizadas, celulares corporativos, carros oficiais e celulares de outros delegados da Direção-Geral da PCDF) para prática de delito contra mulher em situação de violência doméstica e familiar”.
Além da prisão, buscas e apreensões foram conduzidas, incluindo na 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), onde computadores, câmeras e pen drives com arquivos foram confiscados. Evidências sugerem que o telefone da vítima foi inserido para fins de monitoramento em um procedimento no qual ela não era investigada, com o objetivo de manter um acompanhamento em tempo real. A mulher relatou que o ex-delegado a perseguia e a surpreendia em diferentes locais, reforçando as suspeitas de uso indevido da vigilância para cometer o crime de stalking.
Tanto a ex-mulher quanto uma ex-amante de Cândido denunciaram as ações de perseguição e stalking. A ex-amante também relatou temer perder o emprego, uma vez que o ex-diretor ameaçava tomar medidas para provocar sua demissão em retaliação ao fim do relacionamento. Robson Cândido deixou o cargo de diretor da PCDF em outubro deste ano, após enfrentar acusações relacionadas à Lei Maria da Penha, e sua aposentadoria foi posteriormente oficializada. A defesa do ex-diretor não emitiu uma declaração até o momento.
Fonte: CNN Brasil