Uma mega operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) na manhã desta terça-feira, 10 de junho, fechou a Avenida Brasil e a Linha Vermelha, artérias cruciais da cidade, causando um caos no trânsito da Zona Norte. A ação, marcada por intensas trocas de tiros entre policiais e traficantes, levou o Centro de Operações e Resiliência (COR) a elevar o status da cidade para o Estágio 2 de prontidão (em uma escala de 5), indicando a possibilidade de sérios impactos na rotina dos cariocas.
A operação está concentrada no Complexo de Israel, que abrange as comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau. O principal objetivo é cumprir ao menos 44 mandados de prisão contra membros do Terceiro Comando Puro (TCP), uma das maiores facções criminosas do Rio.
A Polícia Civil informou que a ação de hoje é o resultado de sete meses de investigações minuciosas. Esse trabalho levou à identificação de 44 traficantes que, até então, não possuíam mandados de prisão em aberto. As novas provas permitiram à corporação solicitar ordens judiciais. O grupo é liderado por Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como “Peixão”, um dos criminosos mais procurados do estado.
Segundo as autoridades, o TCP impõe seu domínio nas comunidades através de um controle rigoroso, que inclui a instalação de barricadas, o uso de drones para monitoramento de forças de segurança, toques de recolher, monopólio de serviços públicos essenciais e promoção de intolerância religiosa.
As investigações da Polícia Civil revelaram a sofisticação das táticas criminosas do TCP. Foi descoberto um grupo especializado em organizar “protestos” com queima de ônibus para dificultar o trabalho policial. Além disso, a polícia identificou um núcleo dedicado ao abate de aeronaves policiais, composto por criminosos com armamento pesado e treinamento específico.
A operação já causou sérios impactos na vida dos moradores da capital fluminense. O Rio Ônibus informou que pelo menos 50 linhas de ônibus estão com seus itinerários prejudicados. A Mobi Rio, responsável pelo sistema BRT, comunicou a interrupção temporária da calha exclusiva nos trechos afetados, por medida de segurança.
A rede aérea da SuperVia também foi atingida na região de Parada de Lucas. Por isso, os trens do Ramal Saracuruna estão operando apenas entre a Central do Brasil e a Penha. Técnicos da concessionária foram acionados, mas aguardam o fim dos tiroteios na região para realizar os reparos necessários.