A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, responsável por investigar as ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), ouviu nesta terça-feira (30) os depoimentos de Nelcilene Reis e Ivan Xavier, ex-integrantes do movimento. Ambos foram convocados como convidados para esclarecer o funcionamento das ocupações de terra e as motivações por trás das manifestações. Nelcilene, que trabalhou no setor financeiro do MST, revelou que a arrecadação obtida com a venda de mercadorias em uma mercearia no Distrito Federal era repassada para os dirigentes do movimento. Segundo ela, a decisão de deixar o MST se deu devido ao tratamento dispensado aos acampados.
O requerimento para a presença dos ex-integrantes foi apresentado pelo deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), que justificou a importância de entender o panorama geral do MST. Além dos depoimentos de Nelcilene e Ivan, a sessão da CPI desta terça-feira também aprovou outros seis requerimentos, incluindo o convite para ouvir o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. A comissão busca ampliar o conhecimento sobre as atividades do movimento e seus possíveis impactos sociais e políticos.
Segundo Nelcilene, acampados trabalhavam para o MST sem remuneração e ainda eram punidos caso não obedecessem as normas do acampamento.
“Quando a gente não fazia o que era determinado, a gente era expulso e se a gente resistisse, muitas vezes – não aconteceu comigo, mas eu presenciei a pessoa estar embaixo do barraco e eles derrubarem, a pessoa estava embaixo e tinha que sair”, afirmou.
As audiências da CPI têm como objetivo investigar e avaliar as ações do MST, levando em consideração diferentes perspectivas e testemunhos de pessoas envolvidas com o movimento. A análise dessas informações é fundamental para a condução de um trabalho embasado e imparcial, visando à obtenção de um panorama completo das atividades do MST e suas implicações na sociedade brasileira.
Fonte: Jovem Pan