A podóloga Nathalia Rodrigues, de 22 anos, denunciou nas redes sociais que foi sequestrada e obrigada pelos criminosos a escolher entre “levar tiro na mão ou ter a cabeça raspada”, em Belém, no Pará.
O crime aconteceu na última sexta-feira (23/09), quando saía de casa para ir ao trabalho. Um homem acompanhado de um comparsa em um carro, modelo Onix peliculado verde, obrigou Nathalia a entrar no veículo.
De acordo com a vítima, além das ameaças, eles a assediaram sexualmente. “O bandido que estava comigo ficou passando a mão pelo meu corpo e disse que eles poderiam até ser presos, mas que, quando saíssem, viriam atrás de mim e da minha família”, disse ela.
A mulher explicou que os bandidos andaram com ela de carro pela cidade enquanto apontava uma arma em sua cabeça. Em certo momento, mandaram ela escolher entre levar um tiro na mão ou ter a cabeça raspada.
“Fui torturada e ameaçada. Como ‘escolhi’ raspar a cabeça para não receber um tiro, o bandido que estava comigo pegou uma máquina e começou a raspar o meu cabelo. Fiquei tão nervosa que só consegui olhar para a arma que ele estava me apontando. Ainda estou sem acreditar”, explicou. A vítima teve documentos, celular e alianças roubados.
Durante a situação, a mulher relatou que um dos criminosos citou que o crime seria uma resposta a um “B.O”. Nathalia acredita que a situação tem haver com seu antigo trabalho, no qual pediu demissão após não se sentir à vontade com a forma que era tratada. Após um tempo, ela disse ter recebido um “tacho” de barro com imagens e esculturas de santos, além de uma foto dela embrulhada para presente, uma farofa e um boneco de vudu espetado. No recipiente também havia caixões, velas, caveiras e uma escultura de tranca rua, sem bilhete. O caso foi denunciado.
Ela associou o “recebido” a sua antiga patroa que é umbandista. Américo Leal Filho, advogado da clínica Carinho do Pé que falou em nome da empresária, disse que sua cliente “desconhece totalmente as alegações” e afirmou que “a umbanda não faz despacho” nem “manda para a casa de ninguém”.
A Polícia Civil informou que um inquérito está sendo feito pelo delegado Arthur Nobre e que a dona da clínica citada pela vítima deverá prestar depoimento. Além disso, outras ex-funcionárias do estabelecimento que também afirmaram terem recebido os “despachos”, devem prestar depoimento.