O solo sobre a mina da Braskem, ameaçada de colapso no bairro do Mutange, em Maceió, afundou 2,06 metros, conforme a atualização da manhã desta sexta-feira (8), pela Defesa Civil. Nos últimos 24 horas, aprofundou-se 5,7 centímetros, com velocidade registrada de 0,23 cm/h, ligeiramente superior à medição anterior de 0,21 cm/h. O órgão mantém o estado de alerta, destacando que a variação constante nos últimos dias impede afirmar que o solo está se estabilizando, mantendo o monitoramento contínuo.
A mina em questão é uma das 35 da Braskem na região para extração de sal-gema, localizada sob a lagoa Mundaú. Se houver colapso, a lagoa será impactada. A Defesa Civil reforça a proibição de circulação na área desocupada por precaução. A Braskem assegura o isolamento das áreas em torno da mina. Das 35 minas, apenas esta corre risco de colapso, sendo as demais consideradas seguras.
Na quinta-feira (7), surgiu a suspeita de tremor de terra próximo ao maior complexo de escolas públicas de Alagoas, o Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa). Descartada pela Defesa Civil, o Cepa, próximo à mina ameaçada, mantém as aulas, mesmo sem ordem de evacuação. Desde a instabilidade provocada pela mineração, mais de 14 mil imóveis foram desocupados em cinco bairros da cidade.
Diante do afundamento detectado, famílias na região afetada deixaram suas casas sob ordem judicial, com a Justiça Federal determinando a desocupação de 23 residências nas áreas mais próximas, como Bom Parto e Bebedouro, atendendo ao pedido do Ministério Público Federal (MPF), com autorização para uso de força policial se necessário.
Fonte: G1