A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, tornar Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, réu pelo crime de tentativa de golpe de Estado. Primo dos filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Léo Índio é acusado de ser um dos responsáveis pela articulação e execução dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no mês passado, que o descreveu como “incitador e executor” dos ataques. Segundo a acusação, Léo Índio contribuiu de forma consciente e voluntária para os crimes, registrando os atos de vandalismo em suas redes sociais em tempo real.
O julgamento da petição, que decidiu sobre a aceitação ou não da denúncia, teve início no dia 21 de fevereiro e foi concluído nesta sexta-feira (28), após todos os ministros votarem. O resultado final seguiu o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes.
Léo Índio foi um dos apoiadores de Bolsonaro que participou dos atos de violência contra as instituições no dia 8 de janeiro. A denúncia da PGR detalha que, em associação com outras pessoas, algumas delas armadas, ele praticou crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio público, em um movimento de insatisfação com o resultado das eleições presidenciais.
A acusação também menciona que o grupo, formado por indivíduos descontentes com o pleito eleitoral, cometeu o crime de associação criminosa armada, durante o qual tentaram abalar a democracia e o sistema eleitoral brasileiro.
Além de influenciador digital e aspirante a político, Léo Índio é membro da família Bolsonaro e esteve presente durante os ataques em Brasília. Ele tentou, sem sucesso, se eleger vereador em Cascavel (PR) em 2024, obtendo 739 votos, e também tentou uma vaga na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em 2023, com 1.801 votos.
Léo Índio é sobrinho da primeira esposa de Jair Bolsonaro, Rogéria Nantes Braga, e uma das pessoas mais próximas ao vereador Carlos Bolsonaro. Trabalhou na liderança do Partido Liberal (PL) no Senado, mas foi exonerado em julho de 2023, após longos períodos de ausência nas atividades parlamentares.