Roger Felipe Naumtchyk Moreira e Rodrigo Razendev Simões Moreira, filhos do jornalista e locutor Cid Moreira, ingressaram com uma ação judicial contra Maria de Fátima Sampaio Moreira, viúva do apresentador. Segundo revelado pelo portal LeoDias, a acusação envolve alegações de maus-tratos, abandono, manipulação emocional, isolamento familiar e desvio do patrimônio deixado por Cid, falecido em 2024 aos 96 anos.
De acordo com a petição assinada pelo advogado Francisco Angelo Carbone, Fátima teria se aproximado de Cid por meio de um relacionamento extraconjugal, quando ainda era jornalista freelancer. Ela teria sensibilizado o apresentador com relatos de dificuldades financeiras, sendo posteriormente contratada como sua assistente.
A defesa dos filhos afirma que, ao longo dos anos, Fátima teria passado a controlar a vida pessoal e financeira do locutor, impedindo o contato com amigos e familiares, e se apropriando dos bens do apresentador. Há ainda acusações de que imóveis milionários foram vendidos com parte dos valores ocultados no inventário.
A denúncia também aponta que Fátima teria criado a empresa Fama Comunicações Voz E Eireli para centralizar os rendimentos oriundos do trabalho artístico de Cid, incluindo os lucros de mais de 70 CDs religiosos, muitos deles produzidos pelo filho Roger.
Outro ponto destacado na ação é o uso da imagem de Cid após sua morte. A viúva mantém o perfil do jornalista ativo nas redes sociais e vende mensagens personalizadas geradas com inteligência artificial, utilizando a voz do locutor.
Testemunhos apresentados no processo, como o do caseiro Manoel Francisco de Lima — que trabalhou com Cid por cerca de 26 anos —, reforçam a acusação de negligência. Ele relatou episódios em que o apresentador foi deixado sozinho e sem alimentação, além de apresentar machucados recorrentes. Outros funcionários também confirmaram os relatos.
A defesa dos filhos argumenta que o conjunto das provas — composto por laudos periciais e depoimentos — demonstra um padrão de manipulação, violência psicológica e esvaziamento patrimonial deliberado. A ação segue em trâmite na Justiça.