A Justiça da Argentina anulou, nesta quinta-feira (29), o julgamento que apurava a responsabilidade médica na morte de Diego Armando Maradona, ocorrida em novembro de 2020. A decisão foi tomada pelo Tribunal Oral Nº 3 de San Isidro após o afastamento da juíza Julieta Makintach, que se envolveu na produção de um documentário não autorizado sobre o caso.
“A doutora Makintach causou um prejuízo para as partes e para os juízes do tribunal”, declarou o juiz Maximiliano Savarino ao anunciar a anulação do processo. Segundo ele, o julgamento será reiniciado desde a fase de apresentação de provas, com a designação de um novo corpo de magistrados.
Desde o início do julgamento, em 11 de março, haviam sido realizadas 20 audiências. Sete profissionais da área da saúde respondem por suposto “homicídio simples com dolo eventual”, acusação que prevê penas entre 8 e 25 anos de prisão em caso de condenação.
Entre os principais réus estão o neurocirurgião Leopoldo Luque — que operou Maradona dias antes da morte — e a psiquiatra Agustina Cosachov, responsável por sua medicação contínua.
Maradona faleceu aos 60 anos, em sua casa, vítima de insuficiência cardíaca enquanto se recuperava de uma cirurgia para retirada de um coágulo no cérebro. A defesa dos acusados nega qualquer negligência e rejeita a acusação de dolo eventual.
Com o novo revés judicial, o processo deverá se estender ainda mais, reacendendo discussões sobre a condução da investigação e o tratamento médico dispensado ao ídolo argentino em seus últimos dias de vida.