O crescimento dos garimpos em área indígena de 2010 a 2021 chegou a 632% e mais de 91,6% dessa atividade ilegal acontece na Amazônia, que em uma década, entre 2010 e 2021, passou de 99 mil hectares para 196 mil hectares ocupados por garimpeiros ilegais.
Em 2021, havia pelo menos 23 mil hectares da área de garimpo do Brasil ilegal, dos quais 85% em terras indígenas e 15% em unidades de conservação.
De acordo com dados divulgados nessa terça-feira (27/09), fazem parte de uma publicação do MapBiomas, formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia que destacou o fato de a mineração industrial ter precisado de duas décadas para ver os 86 mil hectares de área ocupada em 2001 dobrarem para os 170 mil hectares registrados em 2021.
O estudo mostrou ainda que mais de 91,6% da área de garimpo no Brasil ficam no Bioma Amazônico e em apenas uma década, entre 2010 e 2021, a área usada para esse tipo de atividade saiu de 99 mil hectares para 196 mil hectares, superando a mineração industrial.
De acordo com a ONG, este é o terceiro ano consecutivo no qual mais território é ocupado pelo garimpo do que pela mineração industrial.
Toda a expansão da atividade garimpeira teve endereço o Bioma Amazônico, indica o estudo, ao citar a série histórica mostrando um crescimento ininterrupto do garimpo e um ritmo mais acentuado que a mineração industrial na última década, além de uma inequívoca tendência de concentração na Amazônia, onde se localizam 91,6% da área garimpada no Brasil em 2021.
Na série histórica, o garimpo só havia suplantado a área ocupada pela mineração industrial no final do século passado, entre 1989 e 2000.
Os estados do Pará e Mato Grosso respondem por 71,6% das áreas mineradas no país, ou seja, quando somamos a mineração industrial e a atividade garimpeira. Entretanto, quando o garimpo é considerado isoladamente, o percentual sobe para 91,9%.
O avanço do garimpo na Amazônia foi mais intenso em áreas protegidas, como territórios indígenas e unidades de conservação. Entre 2010 e 2021, as áreas de garimpo em terras indígenas cresceram 632%, ocupando quase 20 mil hectares no ano passado.
A terra indígena mais explorada foi a Kayapó, na qual 11.542 hectares foram tomados pelo garimpo até 2021. Em seguida vem o território Munduruku, com 4.743 hectares, a terra Yanomami, com 1.556 hectares, a Tenharim do Igarapé Preto, com 1.044 hectares, e o território Apyterewa, com 172 hectares.
Também houve crescimento de 351% do garimpo dentro de Unidades de Conservação entre 2010 e 2021.