O confronto entre Cerro Porteño e Palmeiras, válido pela 4ª rodada da fase de grupos da Libertadores, na noite desta quarta-feira (7), foi marcado por um novo caso de racismo, segundo denúncia feita pelo clube paulista. Em nota oficial, o Palmeiras repudiou o episódio e cobrou uma postura mais rígida da Conmebol diante de recorrentes manifestações racistas em suas competições.
De acordo com o comunicado, este é o quarto episódio de racismo envolvendo partidas entre Palmeiras e Cerro Porteño desde 2022. O clube relembrou ainda o recente caso na Libertadores Sub-20, quando o atacante Luighi foi vítima de insultos racistas durante uma partida contra a equipe paraguaia, episódio que ganhou repercussão após o jogador chorar ao relatar o ocorrido em entrevista.
O Palmeiras também destacou sua atuação ao identificar um torcedor envolvido em um caso semelhante no Allianz Parque, durante jogo entre os dois clubes neste ano, como exemplo de responsabilidade no combate ao racismo.
A nota encerra com um apelo à Conmebol por medidas mais efetivas e punitivas contra o racismo nos torneios sul-americanos, reforçando o compromisso do clube na luta contra todas as formas de discriminação.
Confira na íntegra a nota emitida pelo Palmeiras sobre o caso:
“A Sociedade Esportiva Palmeiras vem a público, mais uma vez, repudiar a conduta dos torcedores do Cerro Porteño-PAR flagrados fazendo gestos notadamente racistas contra palmeirenses após o jogo desta quarta-feira (7), no Estádio Nueva Olla, em Assunção, pela Conmebol Libertadores.
É a quarta vez desde 2022 que torcedores do Cerro Porteño cometem o mesmo crime em partidas contra o Palmeiras. Tal reincidência demonstra a ineficácia das punições aplicadas até aqui, bem como a conivência do próprio Cerro Porteño com os sucessivos atos de discriminação praticados por alguns de seus fãs.
Como é de conhecimento público, durante a recente partida disputada entre as equipes no Allianz Parque, pela atual edição da Libertadores, um torcedor do Palmeiras fez gestos de cunho racista em direção ao camarote onde estavam dirigentes do Cerro Porteño. Em menos de 24 horas, contudo, identificamos o indivíduo, que foi prontamente expulso do programa de sócio-torcedor Avanti e bloqueado do sistema de venda de ingressos para os jogos do Verdão como mandante – ele também será acionado judicialmente para ressarcir o Palmeiras pelo prejuízo financeiro ocasionado por seu comportamento.
As punições ágeis e firmes reforçam o compromisso da nossa instituição com o combate a todo tipo de preconceito.
Neste contexto, cabem as perguntas: o que fizeram Cerro Porteño e autoridades locais para identificar e punir o torcedor que imitou um macaco para o atacante palmeirense Luighi em jogo válido pela Conmebol Libertadores Sub-20, em março, no Paraguai? A sanção imposta na ocasião foi suficiente para coibir novos casos de discriminação? Quais providências serão tomadas desta vez?
O racismo no futebol é um problema gravíssimo e somente será solucionado com medidas enérgicas e eficazes. Racismo não é provocação! Racismo é crime!”