Os Estados Unidos registraram em março um déficit comercial recorde de US$ 140,5 bilhões, segundo dados divulgados nesta terça-feira (6) pelo Escritório de Análise Econômica do Departamento de Comércio. O valor representa um aumento de 14% em relação a fevereiro, quando o saldo negativo havia sido de US$ 123,2 bilhões (dado revisado).
O desequilíbrio na balança comercial ocorre quando o país importa mais do que exporta em determinado período. Em março, as importações norte-americanas cresceram 4,4%, atingindo o patamar histórico de US$ 419 bilhões. As exportações também bateram recorde, mas com alta modesta de 0,2%, totalizando US$ 278,5 bilhões.
Segundo analistas, o avanço nas importações se deve, em parte, à antecipação de compras por empresas norte-americanas, que buscam se proteger das tarifas comerciais impostas pelo governo do ex-presidente Donald Trump.
O resultado surpreendeu o mercado, que previa um déficit de aproximadamente US$ 137 bilhões, conforme estimativa de economistas ouvidos pela agência Reuters.
O impacto do déficit já se reflete nos dados do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o governo, o saldo negativo na balança comercial representou uma redução de 4,83 pontos percentuais no PIB do primeiro trimestre. Entre janeiro e março, a economia dos EUA recuou 0,3% na comparação anual — a primeira contração em três anos, desde o início de 2022.