Em entrevista concedida à Associated Press, publicada nesta quarta-feira (25/01), o papa Francisco defendeu a descriminalização da homossexualidade, porém, reforçou que este tipo de relação é considerada pecado. Além disso, o pontífice afirmou que a Igreja Católica deve agir para acabar com “leis injustas” contra a comunidade LGBTQIA+.
“Ser homossexual não é crime”, disse o argentino. “Não é crime. Sim, mas é um pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir entre um pecado e um crime. Também é pecado não ter caridade com o próximo.”
Porém em 2021, Francisco autorizou o Vaticano para que os clérigos não deem sua bênção a uniões entre pessoas do mesmo sexo, o que soou como contraditório aos ativistas dos direitos LGBTQIA+.
Na entrevista desta quarta (25/01), o Papa argentino reconheceu que em algumas partes do mundo, autoridades católicas ainda apoiam leis que criminalizam ou pregam discriminação contra homossexuais.
“Esses bispos precisam ter um processo de conversão. Por favor, como Deus tem por cada um de nós”, afirmou.
O papa descreveu essas legislações como “injustas” e disse que a Igreja Católica deve trabalhar para acabar com elas.
“Somos todos filhos de Deus, e Deus nos ama como somos e pela força com que cada um de nós luta pela nossa dignidade”.
No documentário “Francesco”, lançado em 2020, o Papa afirma:
“Pessoas homossexuais têm o direito de estar em uma família. Elas são filhas de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deveria ser descartado [dela] ou ser transformado em miserável por conta disso”.
A ideia de aceitação e união para com os homossexuais, explorada por Francisco, é totalmente contrária a seu antecessor, Bento 16, que morreu em dezembro do ano passado.
Em biografia autorizada publicada em maio de 2020, ele comparou a prática ao “anticristo”.
“Há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade”, afirmou.
“A sociedade moderna está formulando um credo ao anticristo que supõe a excomunhão da sociedade quando alguém se opõe”.