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quinta-feira, julho 10, 2025
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EUA impõem tarifa histórica ao Brasil e acirra tensão diplomática

O governo dos Estados Unidos anunciou uma nova rodada de tarifas comerciais e colocou o Brasil como principal alvo. A partir de 1º de agosto, caso não haja recuo ou acordo, produtos brasileiros passarão a ser taxados com uma tarifa de importação de 50% — a maior entre os 22 países incluídos na medida. O percentual supera até mesmo os 30% aplicados à China após negociações, e se iguala ao imposto cobrado de países como África do Sul, Líbia e Sri Lanka.

O presidente americano, Donald Trump, afirmou que a decisão se baseia em uma “relação comercial muito injusta” com o Brasil e também seria uma retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentar promover um golpe de Estado. Em carta enviada a Luiz Inácio Lula da Silva e publicada nas redes sociais, Trump criticou o processo contra Bolsonaro, classificando-o como “uma vergonha internacional” e acusando o Brasil de censura contra empresas americanas.

No entanto, dados oficiais do próprio governo dos EUA contradizem o argumento de desequilíbrio comercial. Em 2024, os Estados Unidos registraram um superávit de US$ 7,4 bilhões na balança de bens com o Brasil.

As novas tarifas, que variam de 20% a 50%, fazem parte de uma política de endurecimento comercial promovida por Trump, com a possibilidade de novas sanções nos próximos dias.

Em resposta, o presidente Lula afirmou, em publicação na rede X, que “o Brasil é um país soberano, com instituições independentes, que não aceitará ser tutelado por ninguém”. Ele acrescentou que medidas unilaterais serão respondidas conforme a lei brasileira de reciprocidade econômica.

No Supremo Tribunal Federal, ministros reforçaram que o julgamento de Bolsonaro será mantido conforme o cronograma, com início previsto para o fim de agosto. Segundo o Estadão, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, alinhou com Lula uma estratégia de silêncio institucional, delegando a resposta diplomática ao Itamaraty. O ministro Flávio Dino, por sua vez, se manifestou nas redes sociais e defendeu o papel da Corte na proteção da soberania nacional.

A crise repercutiu imediatamente no mercado financeiro. O Ibovespa futuro para agosto (INDQ25) recuou 2,44%, a 137.800 pontos, enquanto o dólar futuro subiu 2,30%, cotado a R$ 5,6115. O índice à vista caiu 1,31% e o dólar comercial fechou com alta de 1,06%, a R$ 5,50. O ETF iShares MSCI Brazil (EWZ), que reúne ações brasileiras em Nova York, recuava 1,81% na manhã desta quinta-feira (10), negociado a US$ 27,65. Especialistas preveem um dia de forte aversão ao risco.

COLUNISTAS

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