Na noite de quarta-feira (9/10) e na madrugada desta quinta-feira (10/10), o furacão Milton atingiu a Flórida, provocando tornados, inundações e ameaça de mais tempestades no sul dos Estados Unidos.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, anunciou a destruição de aproximadamente 125 residências, muitas delas pré-fabricadas.
Mais de dois milhões de residências e estabelecimentos comerciais estão sem eletricidade, e “várias mortes” foram relatadas na costa do Atlântico, embora o número exato ainda não tenha sido confirmado.
Milton atingiu a intensidade de um furacão de categoria cinco (a mais severa) – foi reduzido para a categoria 1, mas ainda provoca danos. Ele está atingindo a Flórida duas semanas depois que o furacão Helene matou pelo menos 225 pessoas no mesmo Estado, além de Geórgia, Carolina do Sul, Tennessee, Virgínia e Carolina do Norte (este o Estado mais afetado).
Na Flórida, os serviços de emergência informaram que é extremamente arriscado atender a certos pedidos de auxílio.
Segundo as informações mais recentes, mais de 2,6 milhões de residências e negócios na Flórida estão sem eletricidade.
Em outros Estados, aproximadamente 70 mil pessoas estão sem eletricidade, sendo 37 mil na Carolina do Norte e 37 mil na Geórgia.
Durante o dia, o furacão provocou alguns tornados, incluindo um de grande magnitude que atravessou uma parte da estrada interestadual conhecida como Alligator Alley.
No litoral do Atlântico, as autoridades confirmam a morte de várias pessoas em um resort de férias após uma série de tornados atingirem o local em um intervalo de tempo de apenas 20 minutos. Antes da chegada do furacão, as autoridades estaduais haviam mobilizado quase 10 mil membros da Guarda Nacional, disponibilizando até 20 milhões de pacotes de refeições e 40 milhões de litros de água prontos para distribuição.
Na cidade de St Petersburg, no litoral oeste da Flórida, a população está sem água potável, depois que autoridades foram forçadas a desligar o sistema de abastecimento por causa dos danos causados pelo furacão.
Autoridades dizem que o desligamento deve durar “até que os reparos necessários possam ser concluídos” e isso só pode ser feito quando for seguro para as equipes.
Todos os moradores foram aconselhados a ferver a água que usarem para beber, cozinhar e escovar os dentes.
Partes do teto de um estádio de beisebol com capacidade para 42 mil pessoas na Flórida foram arrancadas pelo furacão.
Quando ventos de 205 km/h atingiram St Petersburg, pedaços do teto não retrátil do estádio de beisebol Tropicana Field foram arrancados.
O estádio estava servindo de abrigo para socorristas, mas não houve relatos de feridos, de acordo com a imprensa local. O estádio é usado pelo Tampa Bay Rays, da principal divisão do beisebol americano.
A região metropolitana de Tampa Bay, com três milhões de habitantes, entrou em alerta máximo para o possível impacto da tempestade.
Milhões de pessoas deixaram áreas de risco com ordens de evacuação obrigatória em 15 condados da costa oeste da Flórida.
As autoridades alertaram que, quem não o fizesse, poderia perder a vida.
“É uma questão de vida ou morte”, disse o presidente americano Joe Biden.
Na terça-feira, o governador da Flórida, Ron DeSantis, declarou que o Estado disponibilizou dezenas de refúgios fora das áreas de evacuação para auxiliar os habitantes após a “monstruosa tempestade”.
À medida que alguns postos começaram a ficar sem combustível, longas filas se formaram em postos de gasolina no sul da Flórida.
DeSantis informou que o combustível estava sendo encaminhado para os postos, e estações de carregamento para veículos elétricos foram colocadas ao longo das vias para simplificar a retirada dos indivíduos.
O furacão Helene, a tempestade mais letal no continente desde o Katrina em 2005, atingiu o sudeste dos Estados Unidos há menos de duas semanas, causando a morte de pelo menos 225 indivíduos. Ainda há centenas de pessoas desaparecidas.
O Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês) alertou a população para se preparar para ventos intensos que podem levar os detritos ainda presentes nas ruas devido ao furacão Helene a serem lançados de forma perigosa no ar.
Os especialistas em meteorologia advertem sobre precipitações intensas, inundações súbitas, ventos intensos e possíveis marés de tempestade — fenômenos que acontecem quando a água se move para o interior a partir da costa.
Isso ocorre enquanto o governo dos Estados Unidos alerta que as ações de limpeza após a passagem do furacão Helene podem durar anos.
Segundo as autoridades, aproximadamente 12 mil metros cúbicos de detritos foram eliminados nas áreas impactadas pelo Helene, na Flórida, em menos de dois dias. Centenas de estradas permanecem fechadas, dificultando os esforços para enviar ajuda às comunidades mais atingidas.
Até agora, Biden aprovou quase US$ 140 milhões em assistência federal.
Confira o vídeo: