A guerra em Israel e na Faixa de Gaza levanta a preocupação de um possível duplo choque na oferta de commodities, de acordo com um alerta do Banco Mundial. Esse cenário envolveria conflitos no Oriente Médio e, simultaneamente, na Ucrânia. O relatório Commodity Market Outlook da instituição adverte que existe o risco de o preço do barril de petróleo atingir US$ 150. Atualmente, o barril do tipo Brent, principal referência no Brasil, é negociado em torno de US$ 88, enquanto o tipo WTI, referência nos EUA, tem um valor de US$ 83.
Os economistas do Banco Mundial reconhecem que, até o momento, o impacto na oferta de matérias-primas tem sido limitado, mas uma escalada do conflito poderia alterar drasticamente esse cenário. Eles apresentam três cenários possíveis, com o pior deles sendo uma “grande perturbação”. Nesse caso, a oferta global de petróleo diminuiria entre 6 e 8 milhões de barris por dia, resultando em um aumento de preços inicial de 56% a 75%, levando o barril a valer entre US$ 140 e US$ 157.
Além do impacto nos preços dos combustíveis, o relatório destaca as implicações nos preços dos alimentos, que também seriam afetados. A alta dos preços do petróleo aumentaria a inflação nos preços dos alimentos, o que já foi uma preocupação em muitos países em desenvolvimento. O documento destaca que, no final de 2022, mais de 700 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial, estavam subnutridas, e uma escalada no conflito agravaria a insegurança alimentar, tanto na região quanto em todo o mundo. Outros cenários de ampliação da guerra também trariam altas nos preços, mas em menor intensidade.
Fonte: CNN Brasil