Durante sua primeira audiência geral na Praça de São Pedro, no Vaticano, nesta quarta-feira (21), o Papa Leão XIV fez um apelo enfático pela entrada de ajuda humanitária “digna” na Faixa de Gaza e pelo fim imediato das hostilidades no território. “O preço da guerra é pago pelas crianças, idosos e doentes”, declarou o pontífice, em meio a uma crise humanitária considerada crítica por organizações internacionais.
Leão XIV também expressou profunda preocupação com a situação no território palestino, classificando-a como “cada vez mais preocupante e dolorosa”. Ele aproveitou o momento para lembrar, com emoção, o Papa Francisco, que faleceu em 21 de abril, completando um mês nesta data.
A emergência em Gaza é reconhecida por organismos como a ONU, que apontam risco iminente de fome, agravado por bombardeios israelenses ocorridos no dia 20 de maio, que causaram dezenas de mortes, inclusive de crianças. Apesar de o governo de Israel ter autorizado a entrada restrita de caminhões com suprimentos, cresce a pressão internacional para a suspensão das ações militares e o livre acesso da ajuda humanitária. A ONU também alertou para a destruição generalizada de moradias na região.
Durante a audiência, o pontífice retomou o ciclo de catequeses iniciado por seu antecessor, refletindo sobre a parábola do semeador. “A palavra de Jesus é para todos, mas age de formas diferentes, conforme o terreno que encontra. Às vezes, estamos distraídos ou fechados. Em outros momentos, somos solo fértil”, afirmou.
Encerrando a catequese, Leão XIV deixou uma mensagem de esperança: “Deus não espera que sejamos perfeitos. Ele nos ama como somos e nos oferece sempre, com generosidade, a sua palavra.”
A primeira audiência pública do novo papa sinaliza seu compromisso com as causas humanitárias e com o legado de seu antecessor, em meio a um cenário mundial marcado por conflitos e sofrimento.